Para que a explicação final sobre o assassino fizesse sentido no final de
Psicose (Psycho, 1960),
Hitchcock tomou vários cuidados durante toda a projeção. O mais óbvio, claro, foi distribuir espelhos e objetos reflexivos pelos cenários onde vemos os personagens em vários momentos.
Outro truque muito mais sutil para demonstrar o lado sombrio da personalidade, pode ser o figurino de Marion Crane (Janet Leigh). Pelo que percebi, seu lingerie vai trocando de cor conforme suas ações.
Enquanto é uma garota do Arizona apaixonada pelo namorado Sam (John Gavin), está de branco. Cheia de sonhos, fez sexo com o homem que pretende ser esposa quando sua vida financeira melhorar. É uma boa moça!
De posse dos U$ 40, 000, faz as malas para ir ao encontro do amado em outro estado. De sutiã preto encara o dinheiro e pensa na possibilidade dele a ajudar. Nessa hora ouve-se o tema “Temptation” de Bernard Herrmann.
A próxima vez que veremos suas peças íntimas será pelo olho pervertido de Norman Bates, que a observa pelo buraco na parede. Ainda é a preta, mas Marion a tirará antes de fazer os cálculos e decidir voltar pra devolver o dinheiro.
Novamente “pura” irá tomar banho. A água, sinal biblico de purificação e renascimento. Como se sabe, será tarde demais: "Blood! Blood!"
Veja também:
Ed Gein: mais macabro que a ficção
Mestre do marketing
Aquela que comeu o pão que Hitchcock amassou
Todos os cameos de Hitchcock
Haha. Boa interpretação!
ResponderExcluirIgres, boa mesmo é a minha interpretação ao ataques em Os Pássaros! :D
ResponderExcluirGostei demais da interpretação. Tem algo de semiótico.
ResponderExcluirParabéns!
Miriam, um amigo me leu ao telefone, ontem à noite, uma matéria que saiu na Folha sobre o livro do Donald Spoto que tá saindo sobre Hitchcock e suas estrelas.
ResponderExcluirParece que faz sentido mesmo, já que ele cuidada dos mínimos detalhes. Citam o figurino da Kim Novak em Vertigo. Ela detestava, ele bateu o pé porque fazia parte da narrativa.