Mestre do marketing

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“Considerando PSICOSE como um filho meu, acho que na qualidade de pai posso revelar alguns fatos importantes referentes o este singular filme.

Em primeiro lugar, quero advertir que PSICOSE foi criado exatamente paro ser o filme que mais calafrios provoca. Não se deixem porém influenciar pelos boatos de que o mesmo deixará mudo espectador. Alguns dos meus companheiros ficaram desiludidos quando mondaram as esposas à uma pré-estréia. As esposas sobreviveram - se bem que um tanto estonteadas -, mas com suas cordas vocais intactas.

Para provar a falsidade desses boatos, é só ir ao cinema e ouvir a gritaria. Alguns sairão dizendo coisas ininteligíveis, mas ninguém ficará sem fala. Contudo, não deixem de levar a esposa. Talvez ocorra um milagre.

Insisto em que PSICOSE deve ser visto do princípio e até o seu final. Diferente de muitos outros filmes, PSICOSE não melhoro quando é visto de trás para adiante. Isto se aplica também ao trecho do filme no qual faço uma rápida, porém significativa aparição. E, mais importante ainda, insisto paro que não revelem a seus amigos os extraordinários segredos de PSICOSE.

Sei que todos me agradecerão por esses valiosos conselhos, mas, para ser franco, devo confessar que fui levado a dá-los por motivos egoístas.
Muito obrigado.”
Alfred Hitchcock


[Ouvindo: Prece Cósmica – Secos e Molhados]

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4Comentários

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  1. Nossa, agora quem gritou fui eu! Que texto loooongo... do tempo da intelecção.

    Eu enxugava a redação. E corrigia uns erros de composição que grassavam na época desse "reclame".

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  2. Letícia, menos! O texto é um primor do sarcasmo e genialidade dele. E um esplêndido exemplo de como ele cuidava até da promoção de seus filmes. Há alguns errinhos da tradução brasileira, e alguns anacronismos da acentuação da época, mas mesmo assim vale a pena. Quem sou eu para mudar uma vírgula se quer de algo feito por Hitchcock?

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  3. Não, não tiraria nada do sarcasmo!

    São coisinhas de tradução, pleonasmos e vícios idiotas da gente. Coisa empolada. Eu tirava.

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