Não teve muita gente que se empolgou a ir assistir Fofão - A
Nave Sem Rumo (1989 de Adriano Stuart), mas o azar foi deles. Deixaram de ver umas das raras incursões do cinema brasileiro na ficção científica
e de conhecer a Mamãe Fofona!
Aliás, Mamãe Fofona, Papai Fofão e Doutor Fofão. O bebê
Fofão é aquele boneco estranho que a Mimo vendia na época, mas nas lojas surgiu
um bonequinho específico com referência ao filme nas propagadas dos gibis.
Todos os personagens são criados e interpretados ao mesmo
tempo por Orival Pessini. Guardando as proporções orçamentárias, esse esforço seria
também tentado por Eddie Murphy em O Professor Aloprado (The Nutty Professor,
1996 de Tom Shadyac).
Pessini é um dos
grandes artistas vivos do Brasil. Em Fofão - A Nave Sem Rumo seu nome é creditado
várias vezes, sem contar com a produção da “Fofão Filmes”, produtora que
infelizmente não fez nada mais além disso.
O design de vários alienígenas lembra personagens de Guerra
Nas Estrelas (Star Wars). Sensação que aumenta ao se perceber a letra da música
tema: “Enquanto o mundo fala em guerra nas estrelas / Vamos explodir amor”.
O ano era 1989, mas as referências à (então) trilogia de George Lucas persistiam
em qualquer desenho, filme e quadrinhos voltados ao público infantil. Outra
coisa onipresente da época que o filme não deixou de fora foi a menina Jessica
Canoletti, estrela dos comerciais de sandálias Melissinha.
Morreu o cineasta Wes Craven ontem (30) aos 76 anos de
idade. Ele estava com câncer cerebral.
A partir do pequeno clássico Quadrilha de Sádicos (The Hills
Have Eyes, 1977), Craven se tornou daqueles diretores conhecidos por conseguirem destaque com filmes de baixo orçamento e bastante rentáveis. Mas foi na década de 80 que ele ficou muito conhecido ao dirigir A Hora do Pesadelo (Nightmare on Elm Street, 1984).
Com o jovem elenco de A Hora do Pesadelo
O filme foi germinal ao horror, mas em desacordo com os
produtores, saiu da cine série, dirigindo no mesmo período o elogiado A
Maldição dos Mortos-Vivos (The Serpent and the Rainbow, 1988). Voltaria aos
pesadelos de Wes Craven 10 anos depois no metalinguístico O Novo Pesadelo: O
Retorno de Freddy Krueger (New Nightmare).
Em 1996 injetaria novamente sangue ao gênero com Pânico (Scream). Além de resgatar um estilo de fazer horror que estava em
descrédito, Pânico foi notável em quebrar a barreira entre cinema e TV, com um
elenco recheado de rostos conhecidos das séries, o que não era comum.
Lutando com a doença faz algum tempo, o último trabalho de
Wes Craven foi Pânico 4 em 2011. De carreira irregular, mas de notáveis e
pontuais acertos, perdeu-se uma lenda.
Guaxinins são uns bichos muito fofos, mas se tornaram uma
praga no Japão! Naturais das Américas do Norte e Central foram parar lá, no
outro lado do mundo, por um tropeço da cultura popular.
Até boa parte da década de 70 eles não existiam em
território asiático. Tudo começou quando a Disney lançou o filme Rascal (1969
de Norman Tokar), o sucesso fez com que produtores japoneses providenciassem o animé “Araiguma Rasukaru“ em 1977, também baseado no livro de Sterling North.
A história fala sobre as memórias do autor norte americano que quando era menino
encontrou um guaxinim muito fofinho e resolveu cria-lo. Só que o novo amiguinho
cresce e arruma muita encrenca na vizinhança, sendo obrigado a ser devolvido à
floresta.
Crianças e
adolescentes japoneses amaram o personagem, ignoraram a parte da tristeza final
e começaram a importar guaxinins dos EUA para serem criados como animais de
estimação. Estima-se que no auge da febre o país importou cerca de 1.500 animais por ano.
Muitos, claro, acabaram sendo soltos nas florestas e se
reproduziram a ponto de se tornarem uma ameaça difícil de ser controlada às plantações e templos
milenares. Sem predadores naturais e inteligentes para se adaptarem a todos os ambientes, hoje os guaxinins estão em 42
das 47 províncias rurais ou urbanas.
Um estudo do governo de 2006 estimava que as perdas nas
lavouras eram de 164 milhões de ienes anuais (cerca de US$ 2 milhões hoje) , cinco
vezes mais do que o registrado dois anos antes, só que a população da espécie e
os danos provavelmente cresceram nestes anos que se passaram.
"Mas são tão bonitiiiinhos! <3"
Segundo o site ecológico Página 22, “Os guaxinins também
estão comprometendo diversas espécies locais, como o tanuki ou cão-guaxinim, um
canídeo local, com o qual disputam alimento e território. Além de inúmeras espécies
que servem de alimento ao mascote convertido em predador como roedores
endêmicos, cobras, rãs, libélulas, borboletas e camarões. Os guaxinins também
têm ameaçado o lagostim japonês e a salamandra de Tóquio, espécies consideradas
particularmente vulneráveis.”
Para tentar reverter, ou reduzir o desastre, o governo
japonês tem tentado diminuir a população de guaxinins estabelecendo cotas
anuais de animais a serem capturados e eliminados em algumas regiões, mas enfrenta problemas com a opinião pública. Numa pesquisa feita pela prefeitura de Kanagawa, apenas
31% da população apoiava o abate.
A mesma pesquisa apontou que o anime Araiguma Rasukaru não tinha mais
influência sobre a percepção pública dos guaxinins. Mais da metade dos
participantes tinham visto o desenho, mas os modelos estatísticos mostraram que
não influenciou o apoio ou rejeição ao abate.
As ironias de tudo são que a mensagem do livro de Sterling North era exatamente o oposto disso, o respeito à vida selvagem e que isso aconteça logo no na Japão. O país tão acostumado a ver invasões de monstros como Godzilla, Mothra e Gamera foi dominado pelos pequenos mamíferos.
É intrigante a quantidade de fotos da Bettie Pagie. Existiram
muitas pinups na década de 50, mas nenhuma com tantas fotos circulando pela
internet hoje.
A principal explicação é que ela era a modelo de
clubes de fotografia. Nesses clubes dezenas de fotógrafos amadores, senhores em
sua maioria, contratavam algumas jovens para posarem de biquíni.
Por isso tantos registros de qualidade, textura e estilo diferentes em que
Bettie Page aparece usando a mesma roupa, que, aliás, eram costuradas por ela. Pela desenvoltura e disposição, Bettie Page se tornou a favorita de muitos deles, participando de incontáveis sessões.
Os 30 a 40 membros do
clube pagavam aos organizadores algo em torno de dez dólares (valor da época) para participar da
sessão que acontecia no domingo. As moças (nunca ia apenas uma) embolsavam cerca de 25 dólares pelo
dia e ainda um almoço.
Era começo da década de 50, Bettie Page havia tentado
carreira no cinema, mas seu teste foi um desastre, como modelo de moda foi
recusada por ser baixa e não ser magra, além
do estilo muito “Hippie”. Passeando na praia conheceu um policial de
Nova York que a achou bonita e perguntou se não toparia posar pra ele num
clube com outros fotógrafos amadores, assim, com novas fotos quem sabe poderia tentar Hollywood novamente.
Foi essa pessoa quem comentou da sua testa larga e lhe
sugeriu adotar uma franja. O corte novo se tornou marca registrada de
Bettie Page e um ícone da moda reproduzido até hoje.
No documentário Bettie Page Reveals All (2012 de Mark Mori),
a própria pinup no final da vida relembra que trabalhava como secretária durante a semana, mas logo descobriu
que as fotos de biquíni rendiam muito mais e ainda eram gostosas de fazer. Ela
achava o pessoal do clube muito gentil e educado.
Quando criança Bettie Page foi abusada sexualmente pelo pai, depois, separada, sua mãe teve que lhe abandonar junto aos irmãos num orfanato por não ter como sustentá-los. Agora
parecia um sonho ter a atenção de tanta gente simpática voltada para si.
O fotógrafo Art Amsie, um dos integrantes, recorda que era
igualmente um prazer fotografar aquela pinup. Diferente das outras garotas não era
preciso mandar fazer nada, mudar a posição da cabeça, ela sabia como se
portar para uma câmera.
"Era muito divertido fotografar Bettie Page. Ela se
abria pra câmera. As outras eram apenas bonitas. Ela sabia exatamente o que
fazer" Quando os anúncios do clube saiam em jornais como o New York Times dizendo que Bette Page seria uma das modelos era certeza de que naquele domingo iriam
muitos fotógrafos!
Bettie Page afirma que nenhum dos caras do clube a fizeram
convites para algo mais. Nem ela sairia com eles, porque não namorava com quem bebe e detestava hálito de cigarro.
Espécie de mistura de O Massacre da Serra Elétrica (Texas
Chainsaw Massacre, 1974 de Tobe Hooper) com o documentário picareta Hollywood
Hookers (1979), dois hits do baixo orçamento da década de 70, Hollywood
Chainsaw Hookers (1988 de Fred Olen Ray) é um noir slasher. Com muitos, muitos
peitos de fora!
Na internet é chamado singelamente em português de Putas de
Hollywood Com Motosserra. Mas no Brasil ele foi distribuído de forma marota nos
anos 80 como O Massacre da Serra Elétrica 3.
O Massacre da Serra Elétrica 3 (Leatherface: Texas Chainsaw
Massacre III de Jeff Burr) de verdade (risos) só seria feito em 1990. Ei, pelo
menos Hollywood Chainsaw Hookers conta com o ator Gunnar Hansen, o Leatherface
original!
Coisa que nem O Massacre da Serra Elétrica Parte 2 (The
Texas Chainsaw Massacre 2 , 1986 de Tobe Hooper) ou o filme de 1990, ou
qualquer outro com a serra elétrica tiveram. Hansen teria sido convidado a repetir o papel
no remake de 2003, mas declinou dizendo ser um insulto à ideia do filme
original, o que também pode justificar sua ausência nas sequências.
E o filme já começa muito bem com um oportuno alerta do diretor aos
incautos que porventura possam vir a tentar em casa.
"As MOTOSSERRAS usadas no filme são reais e PERIGOSAS! Elas são manipuladas por
PROFISSIONAIS. Os cineastas deste filme advertem para não tentarem fazer isto
em casa. Especialmente se estiver nu e prestes a fazer SEXO impiedoso."
Minha Consciência está limpa.
Fred Olen Ray
Manipulada por profissional 1
Manipulada por profissional 2
Todo o filme (75 minutos) foi rodado em cinco dias e meio, mas não tem quem
diga, né? Se despesas com figurinos não foi problema pela ausência dos mesmos
em boa parte do elenco feminino, a custos dos cenários também foram contidos
reaproveitando de outras produções.
Por exemplo, é possível identificar o rosto de Grace Jones na esfinge na grande
sequencia da seita. O adereço tinha sido fabricado para Vamp – A Noite dosVampiros (Vamp, 1986 de Richard Wenk) estrelado pela cantora e atriz.
Uma seita de prostitutas adoradores de serra elétrica com as bênçãos de
Grace Jones. Por que não?
Poucos atores tiveram uma carreira que durou quatro décadas,
trabalhando com nomes como Steven Spielberg, John Ford. Antes de morrer aos 87 em
março último Gregory Walcott tinha a certeza de que as notas de seu falecimento
fariam referências apenas Plan 9 From Outer Space (1959) do considerado pior
cineasta de todos os tempos.
E afinal, Criswell era o vidente, mas foi Walcott quem
acertou esta. Vamos ver se será lembrado no In Memorian do Oscar de 2016 num
trecho de Plan 9, coisa que já aconteceu quando sua colega de elenco Vampira
morreu em 2008, relembre clicando aqui.
“Ed Wood gravou meu nome nos anais da história do cinema”
disse à revista Filmax em 1998, época em que ainda colhia os louros do filme
dirigido por Tim Burton sobre o “pior cineasta de todos os tempos” em 1994. Walcott
faz um cameo rápido no filme de Burton, como um possível investidor.
Ele conta que foi abordado a primeira vez para Plan 9 com: “Você
gostaria de estrelar um filme ao lado da lendária estrela do horror Bela
Lugosi?”. A resposta óbvia foi “-Mas Bela Lugosi está morto!”.
Lugosi realmente estava morto há três anos, mas Ed Wood
reaproveitou antigas sequencias caseiras e outras de um projeto nunca concluído
e voi lá! As cenas com Lugosi não tinham nexo com o resto da história, mas o
céu era o limite na cabeça do diretor.
Walcott leu o roteiro e recusou logo, “o script não fazia o
menor sentido”. Acabou topando ser o
piloto que lutará contra alienígenas porque um dos produtores executivos, ou
seja, o cara que estava colocando a grana, era seu amigo da igreja, o reverendo
Ed Reynolds.
Já com alguns trabalhos como ator (no filme de Burton ele parece ser amador,
mas não era na verdade), aceitou sem falar nada ao agente. "Eu francamente
achava que aquilo só seria exibido fora, nos quintos dos infernos, e ninguém
jamais iria assisti-lo.".
Pouco tempo depois, em 1961, ele ficaria conhecido num “filme
de verdade”, O Sexto Homem (The Outsider de Delbert Mann) ao lado de Tony
Curtis. Título que hoje apenas amantes de filmes de guerra devem saber qual é.
Também como poucos em Hollywood ficou casado por 55 anos até
ficar viúvo em 2010 e parece que sempre levou com bom humor a mancha no
currículo. Em 2000 disse ao LA Times “Eu não queria ser lembrado por Plan 9, mas
é melhor ser lembrado por algo do que por nada, você não acha?".
Bem, se fossemos minimamente inteligentes: NADA! Se há uma
coisa que aprendi nessa vida é que quanto maior a expectativa, maior a
decepção.
Não importa se estamos falando de uma série, filme ou de uma
invasão alienígena. Quando estivermos diante dele nunca ficaremos plenamente
satisfeitos!
Fator que pode nos deixar com um pezinho atrás de Ash vs
Evil Dead é que a última série oriunda de um filme bacana foi From Dusk Till
Dawn de Um Drink no Inferno (1996 de Robert
Rodriguez). Não saí da primeira temporada após dez tediosos episódios.
From Dusk Till Dawn se
limitava em reproduzir o filme em capítulos, não a contar uma história original
no mesmo universo. Azar o deles que se expuseram a uma comparação inglória.
Mas Ash vs Evil Dead (que estreia no próximo Halloween) tem
algumas pistas muito positivas. Não necessariamente a trama, que até lembra o
enredo de My Name Is Bruce, filme dirigido por Bruce Campbell em 2007.
Ash (ainda Bruce Campbell. Groovy!) passou os últimos trinta
anos tentando não amadurecer, assim superar a terrível noite alucinante que
passou numa certa casa no meio do mato. Daí é chamado por jovens a colocar
novamente a motosserra no lugar da mão amputada e salvar o mundo de uma praga
de mortos vivos.
A parte legal é a produção ser da dupla Sam Raimi e Rob
Tapert. Não legal apenas porque são os mesmos (inclusive a direção de Raimi) da
trilogia clássica, mas porque são os mesmos da serie Spartacus (2010 -2013).
Spartacus foi um grande exercício de extravagância pop que
misturou lindamente a linguagem de cinema, TV, quadrinhos e videogames. Não dá
pra querer nada melhor em termos de fidelidade ao universo Evil Dead.
A emissora nos Estados Unidos será a mesma Starz, ou seja,
problema nenhum para sexo, nudez frontal e violência extrema com litros e mais
litros de sangue. Dá pra ler o Necronomicon em voz alta à vontade!
Esposa de Rob Tapert, a atriz Lucy Lawless é o principal nome feminino do elenco. Ela (que também esteve em Spartacus como a maquiavélica Lucretia) ficou famosa protagonizando Xena: A Princesa Guerreira (1995-2001),
que por sinal, também era uma produção Sam Raimi e Tapert.
O compositor Joseph LoDuca assinará a trilha sonora da série,
repetindo a longa parceria com os produtores, iniciada no primeiro Evil Dead em
1981 até Spartacus. Ator, produtores e compositor novamente reunidos após 34
anos...
Isso é coisa de fã! A abertura (apenas a abertura!) de A
Família Addams finalmente colorida é trabalho do designer Stuart Manning.
Os Monstros (The Munsters), seus principais concorrentes,
ainda tiveram filmes para o cinema em Tecnicolor. Gomez e Mortícia em sua
versão 60’s que marcou gerações continuou apenas em branco e preto na
imaginação dos fãs.
Foto da época com as cores originais do set
A série que durou três temporadas entre 1964 e 1966 provavelmente,
se tivesse tido uma quarta, seria em cores. Em 1967 transmissões coloridas eram quase um padrão nos principais canais de TV dos EUA.
Pela temática sombria, inegável que o programa tomaria um
outro rumo a partir daí. E foi isso que Stuart Manning tentou
imaginar.
E ele não saiu apenas colocando cor
onde não existia, mas pesquisou em fotos coloridas da série, além de estudar a
iluminação dos programas da época. Entre suas descobertas está que A Família
Addams foi planejado para ser colorido.
E que surpresa perceber que o ambiente da mansão originalmente
lembra muito mais o interior da garrafa da Jeannie do que com uma masmorra! Não
deixe de assistir ao resultado no player abaixo ou clicando aqui.
O cara pintou "manualmente", ou melhor, na unha 1409 frames no Photshop! "Por hora, estou feliz por ele resultar como um pequeno vislumbre da Família Addams com cor", disse o artista, deixando bem claro que adora o original e que isto é um tributo, não uma substituição.
Construída em 1927, esta suntuosa casa estilo “hacienda” em
Los Angeles foi o primeiro lar de Katharine Hepburn quando chegou a Hollywood. Agora
foi posta à venda por $7.395 milhões, valor que não incluiu as histórias incríveis
que ela tem.
Hepburn se mudou para o imóvel quando a construção era nova
e ficou ali por cinco anos, segundo conta o site Hooked on Houses. Saiu
reclamando de um fantasma com quem não aguentava mais ter que conviver!
Moveis trocavam de lugar, maçanetas rodavam sozinhas, portas
rangiam... Não só ela presenciava, mas seus hóspedes, como seu irmão, que reclamou não ter conseguido pregar os olhos a noite toda por causa da movimentação.
O próximo morador combinaria mais com o lugar. Lenda do cinema de terror, Boris Karloff já celebre após o sucesso de Frankenstein (1931 de James
Whale), foi morar lá com a família e adorava aquele lugar.
Tratou de batizá-lo de “Pequena Fazenda” e criava perus e um porco enorme. O livro“Bela Lugosi e Boris Karloff” (de Gregory William Mank)descreve a casa de Karloff como "fazenda mexicana - um aspecto bizarro,
alto entre as árvores de carvalho e madressilva de Coldwater Canyon, nas
montanhas acima de Beverly Hills."
Não há qualquer menção sobre alguma aparição fantasmagórica enquanto
Karloff residia. O mesmo livro cita que Hepburn realmente acreditava conviver
com um poltergeist, e que junto com amiga Laura Harding tentou se livrar dele
sem sucesso, até desocupar o imóvel em 1934.
Consta que Harding (e provavelmente Hepburn) justificavam a
não aparição para o novo proprietário simplesmente porque a assombração deve
ter achado um parceiro ideal em Karloff. Afinal, o fantasma deve ter ficado
feliz em morar com o ator que interpretou o monstro de Frankenstein.
É consenso entre biógrafos e pessoas que conviveram com
Boris Karllof que sua personalidade em nada tinha relação com seus filmes. Um
senhor gentil e educado, muito adorado por todos.
Dizem que algumas das roseiras amarelas que estão ainda lá
foram plantadas pelo ator. Alguns amigos pediam para que suas cinzas fossem
jogadas no roseiral, coisa que não há notícias de ter acontecido.
Se fantasmas desapegaram do imóvel não se pode dizer o mesmo
de Katharine Hepburn. Um proprietário recente conta que numa tarde apareceu em
sua porta, sem avisar, uma senhora idosa vestida de preto dos pés à cabeça disposta a inspecionar a
casa.
Era a atriz (que morreria em 2003) que sempre teve fama de
ser reclusa (ou discreta, conforme palavras da própria). Ao sair disse apenas: “Bem, eu estou contente
de ver que você não fodeu com todo este lugar”.
A prima do Superman depois do filme de 1984 pode assumir a fama
de ovelha negra da família. Muito
alardeado, Supergirl (de Jeannot Szwarc) custou 35 milhões de dólares,
arrecadou apenas 13.600 milhões e colecionou desafetos.
Isso porque, o parente de Kripton dela era o super-herói dos
quadrinhos mais famoso da época após o filme dirigido por Richard Donner em
1978. Mas é um filme tão ruim assim? Sim é!
Ou melhor, pode ser, longo pra caramba (Nos cinemas dos
Estados Unidos foi exibido uma versão bem menor), com um roteiro que o tempo
todo tenta requentar o filme de 78. Mas há muitos momentos que justificam um
certo carinho por Supergirl.
1 – Os créditos iniciais
Vamos começar do começo! Faz parte das campanhas de
marketing do cinema norte americano inflar cifras, mas divulgaram que só os
créditos iniciais custou 1 milhão de dólares (não corrigidos).
Mesmo valor gasto no clipe Thriller de Michael Jackson dois anos antes. Só que ao contrário de Thriller, nada mais é do que umas letras
chanfradas andando pra cá e pra lá conforme você confere no player abaixo ou
clicando aqui.
Pois é! Hoje em dia qualquer moleque mais habilidoso faz isso
aí na sala de casa usando o laptop do papai.
2 – Incrível Hulk
Logo no começo a roommate masculinizada aparece lendo um gibi
do Hulk. Como sabemos, Hulk é personagem da Marvel, concorrente da DC que é dona
do personagem principal do filme.
Marvel/DC quem se importa? Este filme é a favor da paz
mundial inclusive entre conglomerados de mídia.
3 – "Participação" de Christopher Reeve
Reeve não pode filmar sua participação. Para não ficar de
fora incluíram um poster gigante no quarto das meninas e algumas linhas de texto
a respeito do herói. Não é a mesma coisa?
4 – Helen Slater
Uma completa desconhecida conquistou o papel principal, isso porque cogitaram
nomes célebres como Melanie Griffith e Brook Shields. Bonitinha, docinha, num
papel muito chatinho.
Não parou de trabalhar após o fiasco, focando a carreira em séries de
TV. Uma das últimas coisas mais relevantes onde apareceu foi em Smalville, como a mãe kriptoniana
de Clark.
Este ano (2015) deu as caras no piloto da nova série Supergirl.
Kripton está mesmo no mapa astral desta moça.
5 - Faye Dunaway
Uma super atriz no papel da super vilã Selena. Faye Dunaway,
pobrezinha, conquistaria sua quarta indicação ao Framboesa Dourada como pior
atriz do ano, havendo saído “vitoriosa” em 1982 por Mamãezinha Querida (Mommie
Dearest, 1981 de Frank Perry)!
6 – Efeitos especiais pouco especiais
Começa logo com um chroma-key vazado, com as bordas azuladas
o que estamos acostumados a ver em produções pra TV do tipo Chaves.
Sabe antes dos efeitos digitais como ficávamos tentando
adivinhar o jeito que coisas como voos de personagens eram feitos? Com Supergirl
isso não existe, já que os cabos de aço para sustentar a atriz são visíveis muitas
vezes.
E não apenas isso. Chegamos a ver o guindaste (onde os cabos
estavam amarrados) refletido, assim como sua sombra.
7 – Figurinos
carnavalescos
Selena, a vilã, desfila alguns dos mais estrambólicos
figurinos já filmados misturando 80's com um estilo retrô anos 40 ou coisa que o valha. Não ficando de fora nem um traje para tendências S&M.
Chegaram a lançar uma coleção de paper dolls com seus trajes. Confira clicando aqui.
8 – Peter O'Toole
Não tem Marlon Brando em Kripton, vai de Peter O’toole. No planetinha prestes a explodir ainda
vivia Mia Farrow.
9 – Briguinha por macho
Além de bruxa, Selena é ninfomaníaca e não se faz de rogada em
aplicar seus feitiços para conquistar garotões. Nem de dar um mágico boa noite
cinderela no mesmo.
Muitos vilões querem conquistar o mundo, mas o que parece
que a move em primeiro plano é a disputa do interesse amoroso da Supergirl.
Prioridades, não é mesmo?
10 – Girl Power
Muito discutido nesse filme, mas ainda não é lá tão comum
vermos no cinema de ação moças salvando rapazes. E ela tem a oportunidade de
fazer isso umas três ou quatro vezes durante toda a história.