O que já era possível nos anos 90?

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Fui enganado esse tempo todo! Nunca imaginei que a Marion Crane acordada pelo policial não estava realmente em uma estrada do Arizona no remake de Psicose (Psycho, 1998 de Gus Van Sant).

E olha que vi no cinema, com o coraçãozinho batendo forte por estar ouvindo Bernard Hermann pela primeira vez numa sala de exibições. Na verdade eu desconhecia que no final da década de 90 era possível tal realismo em iluminação.

Hoje a gente saca contornos verdes ou azuis em quase tudo que vem dos EUA, porque sabemos que é possível. Reflexos de rebatedores e paredes monocromáticas em óculos já se tornaram banais.

Revendo o filme de Gus Van Sant, consciente da pegadinha, também se nota. Diria que Hitchcock, avesso aos transtornos de filmar em locação, aplaudiria esse “realismo”.

Quando podia (e podia quase tudo sempre), apela para a retroprojeção. Leia mais sobre esse jeito hollywoodiano bem antigo, de levar os atores a lugares que nunca estiveram clicando aqui.

Sobre o Psicose de Van Sant, o uso de tecnologia de ponta em 1998 é uma pista para que seu orçamento seja estimado em $25,000,000. Seguiu á risca (na medida do possível) o roteiro do original, mas não seguiu o que mais motivou o velho Hitch em 1960.

Consagrado, encasquetou que era possível fazer um filme de extremo sucesso popular custando quase nada, com sua equipe do seu programa de TV. Para tanto até recusou o recurso da cor, essencial no combate que o cinema travava com a televisão.

Gastou apenas $806,947, muito menos que a refilmagem 38 anos depois, conquistando o resultado que todos conhecemos muito bem. Comparar os lucros conquistados por ambos seria covardia.

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