Mentiras e Mentirinhas que duram décadas!

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Quanto mais o tempo passa fica mais estreita a linha entre mexerico e informação sobre astros e estrelas. E a internet parece sempre tender ao primeiro caso, com fontes nem sempre fáceis de serem duvidadas.

Todo efeméride de Marilyn Monroe, por exemplo, lá vai meu feed inundado de coisas discutíveis, até já refutadas há anos. E ainda se dizem fãs? “Há, mas eu li num livro” e ponto! Então é verdade, né?

Se algo foi publicado lá atrás para deixar um artigo mais picante e vender revista ou jornal, as chances de ser aceito como base de livros e sites é alta, porque foi na época. E não se leva em conta que usar nomes de celebridades sempre teve um peso comercial.

A estrela Barbara Steele, agora um exemplo prático, tem uma frase que ela teria dito e que é repetida há décadas. Musa de muitos filmes de terror gótico, estrela da obra prima A Maldição do Demônio (La maschera del demônio, 1960) de Mario Bava se recusaria a fazer certas coisas no set.

Steele teria dito que “nunca mais sairia da droga de um caixão novamente enquanto estivesse viva”. Em 2013 um entrevistador teve a oportunidade de lhe perguntar sobre as frases amargas atribuídas a ela, especificando esta.

Não só negou como se disse enfurecida e recorda a origem dela: Foi inventada num número da revista francesa Midi Minuuit Fantastique na metade dos anos 60. “Não, eu nunca disse isso, realmente odeio isso!”.

Porém, a revista foi material de pesquisa de muitos livros ao redor do mundo. A própria “Midi-Minuit Fantastique” teve um relançamento encadernado recente com todas as edições o que deve preservar suas “verdades e mentiras” por mais algumas décadas.

Outro dia estava falando com um amigo sobre Barbara Stelle e ele repetiu a frase! Ele a tinha lido no “Sereias Sensuais do Cinema”, livro traduzido e publicado no Brasil pela editora Madras em 2012, mas que continua à venda.

Fotos deste livro são uma colaboração do Lucas Voigt

É só uma frase tola de efeito, a princípio não faz mal a ninguém e Barbara Steele está vivíssima para negar. Fora, claro, dar à atriz um ar meio desdenhoso sobre o universo que a fez famosa.

Aqui no blog mesmo já vimos como a apresentadora Ana Maria Braga "virou atriz" em um clássico do cinema. O que, não era verdade e mesmo assim foi bastante replicado!

Serve pra gente ter uma noção como essas coisas que nem sempre são tão indolores assim atravessam gerações. A verdade pode parecer menos apetitosa, mas ainda assim é a verdade.


Veja também:

Breve anatomia de um boato cinematográfico

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