Tão emblemático quanto os gadgets futuristas, a arquitetura de
Os Jetsons encantam até hoje. Que civilização era aquela que em 2062 (100 anos
após a concepção do desenho) vivia nas alturas?
O que há afinal na terra? Produzido pelos estúdios
Hanna-Barbera, Os Jetsons coroaram o auge da estética da Era Espacial iniciado
alguns anos antes, no final da década de 50.
Mas a arquitetura começou ainda antes. Jetsons, como uma boa
ficção científica, registrou seu tempo imaginando o futuro.
Chamado de Googie, o estilo teve seu marco em 1949, quando o
arquiteto designer John Lautner criou o Café Googie s em Los Angeles. Ali
naquele amargo pós-guerra a promessa da conquista espacial parecia otimista e
claro, a criação de Lautner entrou na moda.
Postos de gasolina, motéis, clubes, prédios residenciais, qualquer coisa aderiu ao Googie (também chamado de populuxe ou Doo-Wop)! Bumerangues, estrelinhas, formatos de feijões, cores contrastantes, átomos nucleares, formatos circulares e formas geométricas irregulares inundaram o mundo a partir dos EUA.
Há quem considere Oscar Niemeyer um expoente Googie, mas
muito além, principalmente no bum imobiliário da década de 50 no litoral paulista
recebeu edifícios no estilo arquitetônico. Bem humorado, o futurismo servia ao gosto de quem quer um imóvel para
veraneio.
Arquitetos conservadores não morreram de amores pela
extravagância aberrativa das formas. E assim como havia acontecido com o Art
Deco entre os anos 10 e 30 do século XX, após sua glória (que durou uns 25 anos)
as construções começaram a ser refutadas e demolidas.
Você pode não saber o nome, mas sabe com certeza do que se
trata. No presente (no futuro daquele tempo) a palavra Googie, que lembra
Google, mas sem nenhuma relação, acabou marcada como estilo Jetsons, ou tipo
Jetsons.
Nada como nos EUA, mas ainda dá pra achar nos dias de hoje resquícios dessa
maravilhosa era de sonhos espaciais. Na cidade em que moro (Santos, SP), por exemplo, sobreviveu muito mais o Art Deco no esquecido velho centro do que o posterior Googie na região da orla, em constante ebulição imobiliária desde os anos 50.
Quase nada perto do que será Orbit City onde vão morar os Jetsons daqui há 42 anos. Ainda dá tempo se voltarmos aos tempos do Googie já!
Veja também:
É um estilo arquitetônico que particularmente adoro e sempre me vem à cabeça Belo Horizonte. A própria Igreja da Pampulha tem seu "que" populuxe (Niemeyer abrasileirou bem o estilo). Os demais prédios feitos pelo arquiteto também seguem a linha (Procure Escola Estadual Milton Campos em BH, um clássico de beleza e de reclamação da falta de usabilidade). E como BH cresceu "na sombra" do arquiteto, dá-lhe casa com teto alto, varandas e vidro pela cidade.
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