Pantera endiabrada no mausoléu classe B

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 O Mausoléu (Mausoleum, 1983 de Michael Dugan) tá naquela categoria de filme que não é ruim, é péssimo! E ainda assim é saboroso de tão camp e risível.

Tem cara daqueles telefilmes baseados em Sidney Sheldon, mas no caso, a milionária loira e siliconada é possuída por um demônio. Espere por muita ostentação de seios, dinheiro e mortes estapafúrdias.
Não entendi direito o motivo dela se transformar no Coisa Ruim. Se é maldição familiar ou por ela ter entrado no mausoléu do cemitério enquanto era menina. E isso importa?

A protagonista é a Bobbie Bresee uma Queen Scream que se não é, tem toda panca de ter sido a playmate de algum mês do passado. Consta que nasceu em 1947, então estaria com 35 anos na época que estreou no cinema neste O Mausoléu.

É estranho, mas se ela diz tá dito. Em compensação, a idosa tia de sua personagem é interpretada por Laura Hippe que na vida real nasceu em 1950, é cinco anos mais jovem e também, vendo o filme, "não há quem diga".
Seria o último filme de Hippe, que pouco tempo depois cometeria suicídio aos 35 anos de idade. Ela dava aulas de interpretação e fazia parte da controversa Cientologia.

Mas a mansão luxuosa, carrões e camisolinhas esvoaçantes que se vê na tela não reflete necessariamente a grana gasta com a produção. Dizem que foi lavagem de dinheiro de uma Família da Máfia.
Tem uma sequência hiper gratuita (como tantas outras...) em um shopping que eles simplemente filmaram enquanto o estabelecimento funcionava num dia comum. Não há uma pessoa que seja que não pare pra ver a equipe de filmagem trabalhando.

Parece ter dado ruim o uso de lentes de contato da protagonista possuída. Ainda ia demorar um tempinho para a popularização das mais confortáveis lentes de contato coloridas gelatinosas.
A solução foi pintar o negativo de verde! Frame a frame os olhos de Bobbie Bresee foram colorizados toda vez que vai fazer alguma diabrura.
Além da aparência, a voz da personagem possuída, segundo a atriz se recorda, não foi na maioria das vezes um recurso de pós-produção. Era sua voz mesmo!

Cinco anos antes ela havia participado de um episódio de As Panteras (Charlie's Angels). O episódio Junto a um episódio Angels in Springtime (E04S03) foi sua incrível sorte de principiante!
Nele as hiper famosas detetives panteras vão investigar um spa feminino onde uma estrela de cinema foi morta eletrocutada. Junto a um monte de novatas na maioria loiras, Bressee conheceu a veterana Mercedes McCambridge, conhecida por clássicos como Johnny Guitar (1954 de Nicholas Ray).
McCambridge também interpretou a voz do demônio em O Exorcista (The Exorcist, 1978 de William Friedkin). Aí durante as filmagens do episódio de As Panteras teria passado alguns macetes de voz de demônio para a novata.

Eu acho isso particularmente engraçado de se imaginar. A velhinha no meio daquelas moças todas fazendo a voz do capeta para quem quisesse ouvir.

E, se verdade for, que bom que Bobbie Bresee prestou atenção, né? É o que sempre digo, informação não ocupa espaço, nunca se sabe quando algo, que a princípio parece fútil, nos terá alguma utilidade.

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