Iconográfico, sua figura se mistura à de seu personagem mais
famoso, o coveiro Josefel Zanatas, o Zé do Caixão. Uma criatura que mesclava
pesadelos de casa do terror de parque de diversão de vila com os monstros hollywoodianos
da década de 30.
Mas Mojica, que por décadas insistia em se apresentar como o
personagem, vai muito além dele. É um gênio, um fruto tipicamente brasileiro
que cansado de tanto não, vez por si!
Em 1967 dirigiu da pior maneira possível um dos maiores
filmes do nosso cinema: Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver. Sua filmografia ode
soar ridícula para muitos, mas jamais será banal.
Segundo o G1, ele dirigiu cerca de 40 produções e atuou em
50, O último foi a Encarnação do Demônio de 2008, filme que encerrou a trilogia
iniciada em À Meia-noite Levarei Sua Alma de 1964.
Após o sucesso dos primeiros filmes teve algumas séries na
televisão como a Além, Muito Além do Além na Bandeirantes. Obviamente levava seu jeito a uma versão
brasileira do americano Além da Imaginação (Twilight Zone).
No cinema se tornou um nome conhecido da Boca do Lixo
produzindo os mais diversos gêneros, inclusive para adultos. Na década de 80
Mojica (ou o Zé do Caixão?) se enfraqueceu junto às produções daquela região
que foram ficando escassas.
Seguiu fazendo aparições em programas de TV populares como o
Viva a Noite do Gugu. Ele chorou no
palco ao cortar suas gigantescas unhas diante das câmeras.
Nos anos 90 quando os VHS de seus antigos filmes foram
distribuídos nos EUA pela Weird aconteceu o que era obvio, a aclamação
internacional. O Coffin Joe (nome que eles batizaram o Zé!) foi elogiado por
famosos o que fez com que ele ressurgisse das trevas em sua terra natal.
O maior fruto desse período é a apresentação do Cine Trash
na Band onde concorria com a Sessão da Tarde da Globo apresentando todos
aqueles filmes classe B que nenhuma emissora exibiria de dia. Hoje era A Boneca
Assassina (Dolly Dearest, 1990 de Maria Lease), amanhã podia ser Nosferatu - O
vampiro da noite (Nosferatu, 1978 de Werner Herzog).
Em 2008 surgiu a oportunidade de voltar a dirigir e ainda
com o apoio da Fox, um grande estúdio hollywoodiano. A Encarnação do Demônio,
para quem soube, teve sabor de privilégio para uma geração que finalmente pode assistir
a um novo Mojica nos cinemas.
Temos a certeza da imortalidade como Zé do Caixão como o vimos
sempre voltar naquelas histórias maravilhosamente inventivos. Mojica continuará
iluminando com sua arte (tão nossa, amada e menosprezada) futuros cineastas que
não se atém à banalidade.
Antes de comentar, por favor, tenha consciência de que este espaço é disponibilizado para a sua livre opinião sobre o post que você deve ter lido antes.
Opiniões de terceiros não representam necessariamente a do proprietário do blog. Reserva-se o direito de excluir comentários ofensivos, preconceituosos, caluniosos ou publicitários.