Em 1954 Carlos Manga lançou Nem Sansão Nem Dalila, sua
versão estrelada por Oscarito e Eliana Macedo do épico dirigido por Cecil B.
Demille em Hollywood. Produções da Atlântida, as chamadas chanchadas, nunca se esconderam que a tentativa era ser hollywoodiano.
Durante o lançamento a revista A Cena Muda trouxe com
exclusividade os croquis dos figurinos. Eles são assinados pelo argentino Both
Velez, artista que infelizmente, não há informação alguma na internet além dos
créditos pelas vestimentas de Nem Sansão Nem Dalila e alguns poucos filmes.
Seus desenhos diz muito da essência das chanchadas. Ricos e detalhistas,
poderiam vestir atores da Metro, Fox ou Paramount...
Bem, basta checar o resultado no filme e ver que a pretensão
é algo bem diferente da produção. Nenhum destes desenhos são identificáveis no
elenco do longa de Manga.
Muito pelo contrário, o que se vê é quase o mesmo que desfila
na marquês de Sapucaí. Em se tratando de uma comédia não é demérito algum,
porém, sabemos que poderiam ter sido bem mais cuidadosos.
E isso fica claro observando que repetiram o mesmo tecido listrado em roupas de princesas, figurantes e eunucos. Compraram muitos metros e saíram costurando pra galera toda!
Não faltou talento, faltou dinheiro. Mas quem nunca, né?
Cinema no Brasil vive um eterno começar e terminar ciclos. As chanchadas, como as da produtora Atlântida, marcaram uma geração registrando astros da comédia e música a partir da primeira metade dos anos 50.
Filmes como Nem Sansão Nem Dalila são a base, junto ao rádio e o teatro popular, de muito do que se produziria na TV. A televisão engatinhava, era pra poucos e o cinema funcionava como entretenimento barato que ainda dava a oportunidade de ver o rosto dos seus astros cantando.
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