Em cinema brasileiro, até pelo orçamento quase sempre apertadinho dá-se um bom desconto. O que deixa o resultado de Lara (2002 de Ana Maria Magalhães) mais sensacional ainda.
O filme transcorre por muitas décadas para contar a história da atriz Odete Lara muito satisfatoriamente em termos de figurino, cabelo e maquiagem. Sério! Até nos personagens secundários.
Christine Fernandes, por incrível que pareça, chega a convencer sem ser estridente. Não é bonitonamente exótica como a biografada, mas acaba tapiando.
Ainda mais numa produção com ritmo arrastado, temos oportunidade para reparar nesses detalhes visuais. A lentidão deve ser pra testar nossas paciência zen budista. Nada mais Odete Lara.
Veja também:
A arte imita (mal) a vida
O Rei e ela
[Ouvindo: If You Where My Woman – George Michael]
que linda essa primeira foto; tá tipo uma bruxa do sertão, ela era zen? não duvido, ainda mais naquela época.
ResponderExcluirMigue, você sabia que esse filme demorou a ser lançado por que teve um processo judicial envolvendo a Christine e a diretora?
ResponderExcluirDiogo, é do Dragão Da Maldade Contra O Santo Guerreiro, do Glauber.
ResponderExcluirA prostituta vestida com mortalha. Odete Lara abandonou tudo para se dedicar ao budismo até hoje.
Glauco, não sabia. Qual foi o babado?
Então, a diretora pediu para a Christine dublar a atriz que fez a Odete mais jovem, mas ela se recusou. Daí, a Ana Maria optou em fazer o contrário e a Christine foi na justiça. Não sei como ficou no final, ainda não vi esse filme.
ResponderExcluirGlauco, no DVD (com extras, 5.1 canais de audio, enfim, coisa rara) é a voz dela mesmo.
ResponderExcluirO filme é fraco. Daquelas pretensões eternamente artísticas de fazer cinema no Brasil pop com culpa.
Fazem biografias de gente interessante mostrando o lado banal com supostas pretensões artísticas. Tem pouquíssimo sobre a estrela Odete Lara e MUUUUUITO sobre o período militar.
Começa com uma câmera navegando por uma penteadeira com a Nana Caymmi cantando tal e qual uma novela qualquer. A gente boceja logo de cara.
Ai, Miguel, li tanta coisa negativa sobre o filme que me deu preguiça de ver mesmo, hehe.
ResponderExcluirInteressante que na época da produção de Lara, o Norma Bengell anunciou sua cinebiografia em que seria interpretada pela pouco falada Gisele Fraga.
Glauco, eu comprei a preço de amendoim torradinho. Filme nacional sempre vale a pena guardar já que acabam sumindo do mapa.
ResponderExcluirDá pra assistir, mas é pouco, saca? Lembro desse tititi com o filme da Bengell.
Ah, tenho um disco aqui "Vinicius & Oddete Lara" de 1963, muito bom!.
ResponderExcluirDiogo, ela cantava também. Deusa da cabeça aos pés.
ResponderExcluirMiguel, não tinha visto esse filme ainda, vou procurar ver. ^^
ResponderExcluirDiogo, há muitos filmes com ela. Noite Vazia é um dos meus favoritos, pelo bairro da Liberdade 60's que aparece.
ResponderExcluirEssa onda de cinebiografias e cinedocumentários nacionais é longa e dá medo.
ResponderExcluirA fórmula é assim: o diretor pega o "depoimento" de meia dúzia de velhos bicando a senilidade e enxerta um bocado de imagens "de arquivo". Tá pronto o filme.
Demorei pra ver o fime do Simonal, que é uma mistura de bio e documentário, achando que ia me desapontar... e não deu outra: como conseguiram fazer uma "obra" tão rasa com uma figura central como o Simonal, com a história que ele tem, eu só posso imaginar que afanaram a verba e fizeram uma coisa qq para justificar. O filme parece programa de TV da série "Caso Verdade"
Refer, não vi esse ainda, mas o Uma Noite Em 67 vi quase todo e cheira a isso mesmo. Que lugar vivemos, meu Deus!
ResponderExcluirNem cuidado cultural/histórico existe pras nossas plateias. Tantas oportunidades boas perdidas, feitas de qualquer jeito.
Meia dúzia lambendo os amiguinhos. Tudo nivelado pela mediocridade...
Caros, me pergunto: Mas então porque a "crítica" se derrete em elogios?
ResponderExcluirVi esse "Uma Noite em 67", achando que seria um ótimo documentário. Afinal, um dos pilares da TV brasileira, da música brasileira, do movimento cultural brasileiro.... E o que eles fizeram foi pegar depoimentos sem sal e cheios de lugar-nenhum, não acrescentaram patavinas e ainda fizeram com que a história pareça algo chato.
Tanto na Folha, ou na Bravo, os elogios ao documentários foram ótimas! Fui assistir com água na boca, mas, depois de 45 minutos, preferi ver vídeos da época e dos eventos no youtube. Seria melhor.
Até aquele programa da Globo, o "Por Toda minha Vida" tem ar mais documental do que estes documentários... Difícil viu. Pergunto-me sempre aonde estão, ou o que são, nossos cineastas...
Daniel, pq quem fez tem amigos bacanas na imprensa, simples! Vi outro dia a polêmica de um colunista da Folha comentando isso e concordo plenamente.
ResponderExcluirAcompanhei recentemente um desses cantorzinhos podres paulistanos lançando um videoclipe de merda, feito nas coxas pela ruas, e TODOS os colegas rasgaram elogios publicamente.
Música, cinema, TV, tudo está corrompido por amizades e joguinhos de interesse de quem pensa no amanhã pra conseguir favores, ou ser "alguém na noite". Acho que profissionais medíocres sempre existiram, agora eles só são mais evidentes.
Atualmente deve haver um número maior pela educação miserável que nosso país usufrui. Boa maioria dos que fizeram jornalismo estudaram na mesmíssima escola capenga de qualquer outra pessoa.
Ao escrever 'crítica' entre aspas, acho que o Daniel respondeu o que perguntou.
ResponderExcluirA crítica é sobretudo venal, e se vende por um ingresso de cinema, por uma cópia promocional de DVD. É um bando de 'putas de 5 dólares'.
As relações entre 'mídia' e 'artistas' estão cada vez mais paroquiais. A meu ver, a coisa acelerou nesse sentido por causa do nepotismo descarado que vem sendo praticado há umas duas décadas. A parentada se espalha ocupando lugares na TV, na imprensa, no cinema, na música, na política etc. Todos que têm aparecido, reparem, são filhos ou casados ou relacionados de alguma forma com alguém já conhecido.
Refer, bem por aí. Gozado que antes tínhamos a ilusão de que blogs serão livres disso.
ResponderExcluirImagina! Vendem-se por ingresso de cinema, boca livre, qualquer coisa e saem falando bem do que quer que seja.
É isso, eles não têm independência alguma. Mas não dormem preocupados com isso, não.
ResponderExcluirMais ou menos o mesmo acontece com os beneficiados por parentesco; o cara pode estar tirando o emprego de alguém melhor..., será que isso o incomoda?
Aí vemos a situação: filho de ator é ator empregado, filho de cantor é cantor, idem, filho de político é (FDP e) político, idem, idem. Etc.
Todos ajudando uns aos outros.
Refer, parentes e amigos! Quanta gente mais talentosa sendo relevada a pessoas com menos talento mas que bancam a amizade...
ResponderExcluirPosso contar uns 20 aqui, só de cabeça, que se encaixam neste caso. Muita cara de pau.
Outro dia vi um Amaury Jr. entrevistando o crítico mais conhecido do país - aquele que parece um Zé do Caixão de banho tomado.
ResponderExcluirEle explicou: se você critica negativamente um filme de uma moçoila de Hollywood, ela simplesmente nunca mais te recebe para entrevista. A "paróquia" que o Refer mencionou é maior, bem maior...
Imagina no Brasil, um país estamental e colonialista.
"Fiz", semanas atrás, um livro sobre cenografia. A mulé com uma linguagem toda-toda, e tal, só indicando filmes da parentela...
Letícia, aquele crítico que ganha pra falar de um filme na embalagem do DVD? Esse então é absolutamente desnecessário. Um zero à esquerda.
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