Sempre fugi das polêmicas dessa senhora como o diabo da cruz! Até porque, nos 90 me pareciam factoides para a mídia ter com o que preencher páginas em branco.
Enfim, estava com um tempinho livre, o Bernardo postou no Facebook a entrevista dela à Folha de São Paulo em maio passado e fui lá. Dei uma passadinha d’olhos nas coisas de sempre até me ater a duas respostas.
Interessante conhecer a importância da Liz Taylor para a sua formação, e provavelmente para muitas meninas 50’s. Ainda comenta o quão insosso é o trabalho da Meryl Streep.
Não mudaria uma linha, fora os errinhos do tipo Elisabeth com ésse. Leia abaixo e volto ao final para comentar:
(...)
A sra. escreveu muito sobre Elisabeth Taylor.
Ela foi muito importante na minha vida. Lá trás, 1950, quando eu era criança, era um período muito repressivo para os papéis femininos. Quando os soldados voltaram da Segunda Guerra foi um período muito doméstico. A mulher deveria ser apenas mãe e esposa. Não havia estímulos para as mulheres terem carreiras. Em 1920, 1930 muitas mulheres tiveram carreira, foi conquistado o direito de voto. Isso tinha desaparecido. As mulheres deveriam se comportar de acordo com certos padrões. Eu amo Liz Taylor. Naquele tempo havia muitas atrizes loiras que tinham uma personalidade muito solar, como Doris Day, Debbie Reynolds. Tenho origem italiana. Ninguém é loiro, todo mundo é de cabelo castanho. E, nos filmes, todo mundo era loiro, loiro, loiro. Liz parecia uma espanhola ou italiana, ou judia, ou árabe. Ela era má. Parecia má e eu adorava isso. Quando ela tirou Eddie Fisher de Debbie Reynolds foi um dos grandes momentos da minha vida inteira. Porque eu odiava Debbie naquela época. Muitos sorrisos. Eu adorava Liz por causa desses tremendos escândalos. Lembro que comprei uma revista que contou tudo sobre o escândalo. Um dos grandes filmes da minha vida é "Butterfield 8" ("O Número do Amor"). Liz odiou esse filme, mas para mim foi um dos filmes mais importantes. Lembro quando ela acorda no início do filme na cama no apartamento do homem que tinha saído para o trabalho, a mulher dele estava fora. Ela anda pelo aparamento, escova os dentes com uísque, uma imagem de mulher sexy, com autoridade. Esse foi um período em que a igreja católica era muito ativa, que publicava os filmes que os católicos deveriam ou não deveriam ver. "Butterfield 8" mostrava sexualidade de forma aberta. Muitos dos meus sentimentos sobre sexo e paganismo na cultura ocidental vieram de observar Liz naquele filme. Fez um efeito muito profundo em mim. Foi mágico. Ela era maravilhosa, tinha um carisma enorme, uma sexualidade natural, relaxada. Sou uma enorme fã dela. A TV a cabo trouxe os filmes dela e hoje as pessoas percebem que ela era maravilhosa. Ela era um símbolo sexual e as pessoas não levaram a sério como uma atriz. Isso fez as pessoas não perceberam a grande atriz que ela era. Como Daniela Mercury, ela era totalmente aberta para a câmera. Você não pode ensinar isso. Eu odeio Meryl Streep. Eu a admiro como uma boa atriz, mas não como uma grande. Porque ela é cheia de jogos, de estratégias. Nunca fui convencida pelo trabalho dela. Com Liz, a câmera chegava perto dos olhos dela, fazia um zoom dos olhos dela para a sua alma, para o seu coração. Ela fica totalmente exposta emocionalmente.
Há uma nova Liz Taylor?
Estamos num período muito pobre. Não temos estrelas maiores. Angelina Jolie teve um bom começo, foi uma promessa, mas não teve tempo de crescer artisticamente. O último grande papel escrito para uma mulher foi em "Instinto Selvagem", para Sharon Stone. Isso foi 20 anos atrás! Hollywood nunca mais encontrou um bom papel feminino para Sharon. Não estamos mais num período de estrelas. Muitos dos estúdios querem produzir só filmes de grane bilheteria. Fiquei impressionada com "O Escritor Fantasma", que vi recentemente.
(...)
Desconhecia a opinião dela sobre Angelina Jolie e Sharon Stone quando escrevi o post sobre A Última Grande Loira (leia clicando aqui). Referia-me apenas às atrizes platinadas, mas faz sentido se pensarmos de forma geral.
Embora eu acredito que Nicole Kidman seja uma das raras a ter aplomb de grande estrela. Talvez Julianne Moore também...
Quem quiser ler o resto da entrevista, Paglia fala sobre política, arte e internet e sua recente paixão pela música brasileira. Mais precisamente Daniela Mercury...
A foto de Paglia é um oferecimento Bahia em Pauta
Veja também:
Disque Butterfield 8 - Oscar por piedade
A última grande loira
[Ouvindo: Escandalosa – Aracy de Almeida]
Engraçado, eu penso a mesma coisa sobre a Meryl... Achei que ela podia ter entrado mais no assunto quando falou da Sharon.. Julianne Moore e Nicole Kidman são minhas preferidas também...
ResponderExcluirBardot, o repórter parecia não estar muito interessado... Renderia horrores essa entrevista.
ResponderExcluir"ensaísta é gente normal...', se Camille Paglie fosse "normal" não teria ficado enlouquecida pela Madonna e, pior, fissurada na Daniela Mercuri.
ResponderExcluirSe trabalhasse na lavoura essa figura seria mais útil do que escrevendo.
Refer, é normal no sentido de passar a frequentar estas terras agora...
ResponderExcluirCamille Paspaglia como dizia Rita Lee, rs.
ResponderExcluirDaniela Mercury ninguem merece
ResponderExcluirBardot, verdade! Haha!
ResponderExcluirDavi, que bode! Outro dia vi o clip de Para Todos do Chico e vários artistas... Senhora Mercury destoa de TODOS!
Daniela é boa naquilo que faz, e eu como fã nunca entendi o porque dela cantar tão mal quando ela quer, chega a dar raiva, ela canta divinamente bem, mas tem dias que ela deve estar de lua e resolve desafinar, e parece que faz de propósito. Nunca vou entender isso.
ResponderExcluirNayara, e quando ela encana de que é bailarina? Cabelão pra cá, cabelão pra lá...
ResponderExcluirAaaaaaaah!
ResponderExcluirParem de tacar pedra na Meryl!
Faço das palavras do Cameron, as minhas:
http://www.youtube.com/watch?v=XjTCOivQGD0
Well, de minha parte não joguei pedra em ninguém. Apenas não idolatro Meryl Streep. Gosto dela. Só não acho que chega a ser tudo "aquilo", sabe? Gosto de alguns filmes dela "Dúvida" por exemplo é um dos meus preferidos. Quem não viu, não sabe o que tá perdendo. Excelente! 5 estrelas! rs
ResponderExcluirAdoro o subestimado "A Morte lhe Cai Bem", "Mamma Mia!"(mas só pq adoro Abba, rs).. quando O Diabo Veste Prada foi lançado eu gostei só por causa dela, inclusive... Não q seja lá meu tipo de filme, mas... E como não citar "As Horas" um dos melhores filmes do mundo? rs
Mas confesso que gosto não por causa dela. Das 3 a personagem dela foi a mais chatinha pra mim... A melhor Julianne Moore como Laura! "Kramer vs. Kramer" é outro filmaço, ok, vou dar o mérito ao Dustin Hoffman já que a Meryl (praticamente desconhecida na época apareceu pouquíssimo e se não me engano levou o oscar d melhor atriz coajuvante).. só dos que lembro agora! Ou seja, tenho ela como qualquer outra atriz de nosso tempo. Não como a melhor de todas. That's all. (como a mesma disse). Espero ter me explicado bem..
Pris, não são pedras. Vivemos num tempo muito pobre onde basta pouco pra ser super idolatrada.
ResponderExcluirBardot, também gosto de A Morte lhe Cai Bem, Ela é O Diabo e coisinhas do tipo...
O pouco que vi desse O Diabo Veste... achei caricatona. Vilã de novela da TV.
Explicou sim. Abraços.
Mas Miguel, ela É bailarina, e muito elogiada. O defeito dela é se levar a sério como artista, com isso ela só ganha respeito da critica e afasta o público que a acha antipática.
ResponderExcluirMas Nayara, se ela é bailarina a Joelma também é. Coreografa com o cabelão do mesmo jeito! rs
ResponderExcluirSeguinte: a Meryl Streep é uma louca. No bom sentido, mas é. Tem um filmezinho em que ela faz uma professora de violino, é produção dela. Li que a maluca passou um ano estudando violino intensamente pra ser convincente no papel.
ResponderExcluirSe um dia fizer uma obstetra, Meryl vai antes estudar medicina e só quando estiver realizando partos de verdade vai se achar "pronta" para atuar no filme. É uma perfeccionista fanática, patológica, nem James Brown trabalhava tão duro quanto MS.
Merece todos os 38 Oscars que ganhou e todos os outros que ainda vai ganhar. Ninguém pode com a FDP da Meryl Streep!
Refer, mas também... Hoje nem é tão difícil assim ganhar Oscar, perto da falta de boas concorrentes.
ResponderExcluirQuem acha essa senhora grande coisa é porque não viu grandes atrizes interpretando, despidas de qualquer outra coisa além do talento. Boto fé nas palavras da Paglia.
Ai não Miguel, Daniela é formada em dança na federal da Bahia. Joelma dançando é igual aquelas aulas de academia.
ResponderExcluirNayara, então... Esse é o problema. Parecem iguais! rs
ResponderExcluirConheço muita gente que não gosta da Meryl Streep, o consenso é que ela é muito "camaleoa", faz com perfeição 500 tipos de sotaque e se apóia demais na técnica deixando a emoção de lado.
ResponderExcluirEu discordo, acho que a bronca de muita gente não é o estilo de interpretação e sim dos filmes que ela escolhe fazer.
A Liz Taylor no "Quem tem medo de Virgínia Woolf?" por exemplo. É um tipo de papel em que ela interpreta uma personagem muito parecida com o que o público acha que ela deve ser na vida real. Isso passa a idéia da atriz estar se "despindo" emocionalmente na frente de todos, o que passa muita credibilidade.
A Meryl por exemplo no "Doubt" faz uma freira, algo completamente diferente da imagem "real" dela. Personagens assim fazem o ator "sumir", o que para alguns é ótimo e para outros terrível.
Luiz, além de tudo, não gosto de coisas que todo mundo gosta pq todo mundo gosta, saca?
ResponderExcluirQuando mais dramática a pretensão da Streep mais bizarra fica. Lembro agora de um com o Philip Seymour Hoffman em que foi freirinha, de toca preta.
Pra mim bastou ver o trailer, rir da caricatura e querer fugir daquilo.
Há um certo perigo em ver Daniel Tavernaro falar sobre Julianne Moore quando citada aqui no blog.
ResponderExcluirGosto bastante dela, não sei explicar bem o porque.
Acho que ela é uma Nicole Kidman mais "real" e ligada à arte cinematográfica em si; acho Kidman a cara de uma Hollywood que quer parecer cult.
Posso estar errado, mas acho que é mais ou menos isso, rs.
Daniel, ambas têm algo em comum: Dedo podre pra escolher projetos! haha!!!
ResponderExcluirAh.... Mas um bom filme ruim é ótimo para o Ego de um artista... seria um saco ver alguém fazendo só filme bons, hahahah! Essa é a graça da Moore: "É filme de 5ª, para ser exibido na TV à cabo"? Posso pensar!"
ResponderExcluirÉ muita fofura gente!
Não gosto muito quando a artista quer parecer sempre cheia de significados, como muitas tem sido, ou simplesmente fútil, como a maioria.
Hum...sobre a Maryl... Não é alguém que me faça ir assistir um filme por ser com ela. Para mim, é mais uma entre algumas outras. Se ela fosse uma anciã debochada e querendo ser feliz como a Cher (talvez no cinema não funcione como na música; vide Goldie Hawn e Bette Midler); mas com momentos de extremo profissionalismo, eu visse mais graça....
E para ser sincero, não sou cinéfilo e muitas vezes nem gosto de postar aqui, justamente por não sê-lo, rs. Vai que só saiam xingamentos dos meus comentários, rs.
Daniel, sim, tem razão. Mas algumas coisinhas delas nem é possível assistir!
ResponderExcluirAh, mas fique à vontade pra escrever o que quiser, seguindo os mandamentos ali do lado! Será um prazer colocar em prática o "bateu/levou"! Haha!!!
O comentário do Refer me fez lembrar daquele video do youtube: "Leave Britney Alone!" hahaha!
ResponderExcluirMiguel, o filme que vc viu o trailer e fugiu é "Dúvida" e esse realmente gostei bastante. Não sabe o que tá perdendo...
Bardot, todo e qualquer post que ele sente algum dos amados atingido reage da mesma maneira. Já to acostumado até.
ResponderExcluirTentei ver alguns segundinhos... Não consegui! :-/
Aquela toquinha dela.... Hahaha!!!