Caçador de coelhinhas

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Ele não foi só o fundador, criador e editor-chefe de uma revista de mulher pelada. Hugh Hefner criou um estilo de vida, ou melhor, a idealização do que seria a vida de um Playboy.

Ironicamente, ao contrário do que esse rótulo sugere, trabalhou pra burro para erguer seu império. Mesmo com as incontáveis imitações (bem mais picantes que sua revista), preservou a ferro e fogo o padrão de qualidade sua publicação.

Como boa parte dos que ficaram célebres ao explorar a sexualidade, é filho de pais religiosos conservadores. À Veja, não confirmou que já levou mais de 2.000 mil mulheres para a cama de sua mansão, alegando nunca ter feito as contas, mas deve ser por aí o número.

Quem sou eu pra contestar essa contabilidade! Namora em bandos, chegando a ter 7 garotas ao mesmo tempo, e está na atividade mesmo octogenário...

Bem aventurada seja a pílula azul! E como macho que é macho se garante, Hefner aparece como um dos primeiros ativistas dos direitos gays no documentário sobre sua vida.

A Playboy surgiu em 1953 com Marilyn Monroe na capa. Fotos estas, pousadas no tempo de penúria, bem antes da atriz se tornar a grande revelação de Hollywood.

Só por ter sobrevivido à onda feminista que varreu o mundo nos anos subsequentes já é um vitorioso. Num mundo absolutamente diferente de quando foi lançada, permanece presenteando o mundo com coelhinhas.

O Brasil, considerado um país liberal, nunca seguiu o conceito da publicação. Os tempos áureos da revista aqui, nos anos 80’s, onde ser playmate significava ser super estrela, ficaram bem pra traz.

Começou com a onda de axé na década passada, quando qualquer bailarina era convidada a mostrar o que os shortinhos de lycra mal escondiam. Agora é assim, de ex-BBB a qualquer cachorra do funk carioca, qualquer uma esta apta a aparecer lá.

Nem tanto pela vulgaridade das fotografadas, mas juntando elas à qualidade banal das fotografias, e a revista perdeu todo o sentido de existir. Mulher comum pelada, em fotos mil vezes mais picantes, é o que mais temos hoje em dia na internet. E de GRAÇA!

Para a matriz, que jamais foi point habitual de atrizes de renome, o importante é preservar suas “garotas do mês” quase como seres mitológicos. Não é pra qualquer uma se tornar coelhinha, e os leitores são conscientes dessa exclusividade.

As fotos desse post são da Agência Magnum. O CulturesHOQ publicou a galeria quando Hefner celebrou 84 primaveras.

Veja também:
A coelhinha assassinada


[Ouvindo: Love Potion No. 9 – Nancy Sit]

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12Comentários

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  1. Miguel, quase tive um infarto quando vi a Mulher Melancia na capa da Playboy, profanando a clássica pose da Marilyn com o fundo vermelho e escrito: "a pin-up do século XXI".

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  2. Glauco, eu tb! Pra você ver o nível de quem está no comando da Playboy no Brasil...

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  3. Vai pelo gosto brasileiro. Qual delas um homem comum pegaria? A Marilyn ou a Melancia? Ééééé...

    O que acho hilário na Playboy é quando os véio dizem que assinam, como se estivessem em pleno status (sem trocadilho!) comedor da década de 70.

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  4. Letícia, não se trata de gosto local... Marilyn é Marilyn.

    Uma reles fubanga bailarina de funk carioca está bem longe de alcançar o dedinho do pé de Marilyn. Trata-se de ignorância editorial mesmo.

    Isso é verdade! Senhores a utilizam (utilizavam?) como uma espécie de guia do foderoso.

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  5. No Brasil a playboy serve quase que como um atestado de que subiu na vida pra celebridade de segundo escalão.

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  6. Leo, mas antes não eram as de segundo escalão. Tá tão banalizado que ninguém mais dá nem bola pras que mostram a periquita ali.

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  7. A capa da Mulher Melancia PROFANANDO as fotos polêmicas de Marilyn é de tão mal gosto que eles tamparam os mamilos dela com algum efeito de photoshop... E acho que foi pra fazer o trocadilho MM. GOD!

    Acho que li em algum lugar que os agentes de atrizes importantes da TV não permitem mais que elas posem para tal revista porque não é mais o nível delas... Sinal dos tempos.

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  8. Pri[s], não dá pra duvidar disso. Se você já tem um nominho, dinheirinho, pra quê ficar pelada?

    Tive certa vergonha pela filha da Glória Pires. Primeiro deveria se esforçar para demonstrar que é uma atriz, não uma celebridade, aí sim, faria o que quisesse.

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  9. Miguel, concordíssimo com você!!! Marilyn é Marilyn. Mas vai colocar isso na cabeça de um homem comum... Ele nem sabe quem é Marilyn...

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  10. Letícia, então, mais bola fora da revista ainda...

    E homem comum não gasta mais de dez paus pra comprar revista. Mega fail!

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  11. Homem comum, eu digo, pedreiro (só pra ilustrar, não tenho nada contra pedreiros). Tem dinheiro, não...

    Além disso, brasileiro gosta de bundas imensas, e agora, peitos imensos também... Não precisa de sensualidade, nem a mais rasteira. Tendo uma bunda estratosférica, tejamos satisfeitos...

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  12. Letícia, mas o homem comum compra aquelas revistinhas suecas. Aí que está. A Playboy de antes eram outro história pq mostrava as famosas peladas.

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