Nem é preconceito meu com o estilo musical dos moços ou com o cinema popular. Brasil tem que parar com essa mania de só poder ter sucesso uma coisa de cada vez.
E cinema pro povão é bom! Se o dinheirinho que entrasse fosse investido em temas sortidos, por assim dizer.
De qualquer forma, há o lado positivo nos novos tempos. Duvideodó que produtores de filmes sérios, de verdade, estejam igualmente preocupados com pirataria e os downloads ilegais.
Há outro aspecto relevante. Cinema no Brasil, (aquela conversinha que nunca evolui) vive eternamente das verbas estatais.
Aqui não há uma industria, onde alguém sobreviva de investir capital em filmes esperando retorno. Já existiu, na época das pornochanchadas, aqueles filminhos picantes produzidos na Boca do Lixo paulistana.
Então, pelo que andei ouvindo, a probabilidade de se conseguir apoio das leis de incentivo coisa e tal, é bem maior se o tema tiver forte apelo nacional. Como tema “nacional” exclua a possibilidade de histórias universais, simples narrativas da vontade humana de se expressar.
Isso pode explicar a enxurrada de produções mostrando mazelas sociais, ou, como no caso dessas biografias, mazelas culturais. Mas não explica a falta de ousadia no que grupos como a Globo Filmes faz, que aliás, concorrem a verba pública como qualquer outro.
Veja também:
Petrobrás, a gente não quer só comida
O duvidoso mercado de DVDs originais
[Ouvindo: A Volta da Gafieira - Alcione]
Na teoria as produções da Globo Filmes concorrem a verba pública, mas na prática o (nosso)dinheiro é deles e ninguém tasca.
ResponderExcluirFlávio, como se com o poderio de mídia (e verba) deles não fosse fácil fácil conseguir as coisas.
ResponderExcluirLembro de uma entrevista do pitoresco produtor Diler falando de como ficou fácil pro lado dele depois das novas leis de incentivo pra tocar seus fantásticos projetos cinematográficos com Xuxa, Padre Marcelo e afins. Que antes ele ainda fazia um esforcinho pedindo dinheiro pras empresas.
ResponderExcluirTem tantos problemas com o modelo atual de incentivos do estado para o cinema que eu não sei nem por onde começar a comentar.
Leo, acho que li esta entrevista também. E claro que as empresas vão associar preferencialmente seu nome a figuras famosas, em produtos de visibilidade garantida.
ResponderExcluirNão acredito que há cinema não comercial. Duvido que alguém no universo queira investir em algo pelo simples prazer apenas, pra perder dinheiro.
Agora, ser comercial e mesmo assim relevante é que são elas.
As leis de incetivo são tão injustas que não consigo nem expressar o quão revoltada eu fico.
ResponderExcluirAlgo como o Cirque du Soleil ter incentivo fiscal pra vir no Brasil e o ingresso mais barato sair por R$ 180 (!) é completamente revoltante.
Sem contar a "máfia" da captação de recursos e o eterno jogo das notas frias. As leis atuais segregam a produção cultural (principalmente de cinema) à um pequeno grupo de gigantes.
Triste.
Pode ser que Maradona não seja melhor que Pelé, mas que o cinema argentino é o melhor da América Latina, lá isso é. Enquanto o Brasil aposta mais no mesmo, me consolo com nossos vizinhos. Minha forma de protesto é não ver qualquer filme brazuca que aposte na pobreza como espetáculo e nessas cinebiografias. Por enquanto é a única coisa que posso fazer...
ResponderExcluirPri[s], bem lembrado esse lance do Cirque du Soleil!
ResponderExcluirCharles, como eu! Sou bem seletivo no que assisto. E nossos irmão sul americano estão alguns passinhos a frente até em cinema!
Posso falar, posso falar?
ResponderExcluir"[...] se o tema tiver forte apelo nacional. Como tema “nacional” exclua a possibilidade de histórias universais, simples narrativas da vontade humana de se expressar."
É isso Miguel. O problema nem é o apelo nacional, mas o que se entende por apelo nacional. Tenho bem claro pra mim que o cinema nacional, hoje, é bem do gosto de quem o produz e dirige (pelo jeito, Chico Xavier amplia esse gosto, já que é unanimidade). Mas coisinhas como "Se eu fosse você" é uma extensão dos canais Globo a cabo, sinceramente. Cheios de maneirismos classe média alta, bem ao gosto da idem.
E, pra não ficarem cheios de culpa, há os "Carandiru" e "Cidade de Deus" da vida.
Por exemplo, adoro filmes como "Vestígios do dia". Nada de ação, praticamente. Só sutilezas, complexidades que você subentende de diálogos corriqueiros. No entanto, é dificílimo de acertar o tom nessas coisas.
A gente nunca vai conseguir chegar lá. Nunca. Nem que se faça um remake com o mesmo roteiro. Daí escalam Alexandre Frota no lugar do Anthony Hopkins, sabe? Porque aqui tudo precisa ser bem explicadinho e ter a intenção deve ser bem tosca, senão o povo não vai achar graça.
Acho que a pior parte é o tal favorecimento à um pequeno grupo de gigantes como bem disse a Pri[s. Se você olhar os relatórios que a própria ancine fornece, dá uma vergonha, são sempre aquelas figurinhas mais do que repetidas que são campeãs de arrecadação de fundos.
ResponderExcluirthanks
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