Na imprensa da era clássica Hollywoodiana não tinha pra ninguém! Louella Parsons e Hedda Hopper tratavam de deixar as tietes a par de cada passo de seus astros favoritos através de colunas republicadas em jornais de costa a costa dos EUA.
Inimigas declaradas, chegaram algumas vezes quase às vias de fato. Disputavam quem possuía o chapéu mais espalhafatoso, além, claro, as notícias mais frescas. Notícias ou as mais maldosas fofocas, chame como quiser...
Uma das formas de passar a perna na concorrente era fazer uma espécie de apadrinhamento com alguns astros. Quando a senhora Sara Taylor, frustrada ex-atriz, tentou lançar sua pequena Elizabeth como uma espécie de nova Shirley Temple com beleza semelhante a da Vivien Leigh, foi na porta de Hopper que foi bater.
Mais tarde a colunista declarou este fato como um dos momentos mais constrangedores de sua vida, com aquela mãe ambiciosa obrigando a pequena criança de uns 8 anos a cantar e sapatear sem ter a mínima aptidão ao estrelato.
Já famosa, era a ela quem Liz Taylor ia “confidenciar” os acontecimentos de sua atribulada vida pessoal, com inúmeros casamentos e separações. Não havia método mais eficaz de promoção.
O estilo de texto se diferenciava porque nada era escrito como se fosse fofoca, mas conselhos de velhas senhoras à vida pessoal das jovens estrelas e, portanto inexperientes.
Louella Parsons era bem mais ferina do que a adversária, até porque não teve uma carreira diante das câmeras. Hopper foi atriz da fase muda do cinema e de algumas produções sonoras. Há pelo menos dois filmes com ela lançados em DVD no Brasil: O horror A Filha de Drácula, parte da série de monstros da Universal da década de 30, e no papel dela mesma em Crepúsculo dos Deuses de Billy Wilder. Quando a musa Norma Desmond (Gloria Swanson) pira de vez aparece imediatamente telefonando ao jornal.
Ao fim do casamento com o astro das matinês Willian DeWolf Hopper, transformou-se num tipo de socialite de Hollywood. Aos cinqüenta anos, com papeis escassos direcionou-se a um programa de rádio por dois anos relatando os fatos e as pessoas que conhecia, e depois à imprensa escrita. Estamos falando de 1938!
Ambas irritavam, mas todos compreendiam que ser citado ou aconselhado neste tipo de coluna podia ser muito útil pra não cair no ostracismo. Um dos poucos casos de processo (ganho!) de calúnia e difamação foi justo o do ator inglês Michael Howard Wilding, segundo marido de Liz Taylor, contra Hopper. Sua antiga amizade com outro ator foi inúmeras vezes mencionada em sua coluna como caso amoroso.
Cary Grant também foi citado como gay, mas o ator de Intriga Internacional era tão célebre na indústria do cinema que tais declarações não arranharam sua imagem sexy diante das fãs. Mas não se engane! Se na imprensa tinha uma postura que poderia ser considerada homofóbica, particularmente era considerada simpatizante a muitos, mantendo amizade com gays e lésbicas sem jamais tocar no assunto publicamente.
Ainda na década de 50 abraçou sutilmente a causa comunista em plena caça às bruxas hollywoodianas, indo, portanto mais além do que sua rival Parsons, restrita aos boatos cinematográficos.
Louella Parsons e Hedda Hopper
As rainhas do mexerico
14:42
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O Sandy...digo...o Júnior está processando o blog "Te dou um dado?" que afirmou que o anãozinho sertanejo é gay.
ResponderExcluirOs blogs seriam as Louella Parsons e as Hedda Hoppers de nossa época, Miguel Andrade ?
No way! Pensei nisso hoje à tarde depois que postei. Elas criavam as notícias, não comentavam as notícias dos outros, Jôka P., mas enfim...
ResponderExcluirSe esse guri eu fosse ficaria bem quietinho no meu canto. A gente comenta da fruta que ele gosta a mais de uma década. Só ele não sabia!
Louella foi apadrinhada pelo William Randolph Hearst porque presenciou o famoso crime que ocorreu em seu iate, onde estavam Charles Chaplin, Marion Davies, na década de 20. A coluna foi o cala-boca dela, que se tornou uma força em Hollywood.
ResponderExcluirAs duas bruxas eram tão malvadas que ficaram cada vez mais feiosas.
Olga, verdade! Eu não incluí isso do William Randolph Hearst pro texto não ficar tão longo. Eu não sabia do lance do iate, mas que ela foi uma ferrenha opositora ao Cidadão Kane. Em Malícia no País das Maravilhas, telefilme onde Liz Taylor vive a Louella, tem uma cena de Orson Welles dando um tapa publicamente na Hedda Hopper.
ResponderExcluirTem um filme do Bogdanovich, The Cat's Meaow, que é sobre esse episódio.
ResponderExcluirAi ai ai... será que eu to confundindo? Eu vi uma vez a décadas na TNT... Mesmo assim, obrigado pela informação, irei atrás.
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