Preste atenção ao documentário "Mark of the Beast: The Legacy of the Universal Werewolf". Ele é um dos extras da recente edição em Blu-ray de Um Lobisomem Americano em Londres (An American Werewolf in London, 1981 de John Landis) pela Obras-Primas.
Inclusive, fizemos um unboxing dele lá no canal. Mas me
refiro agora a um extra específico, que só parei pra assistir agora (Aproveita ver ou rever e se inscrever no Dolce Videos).
O documentário de 2019 dirigido por Daniel Griffith tem
quase 80 minutos e tenta fazer justiça ao Lobisomem (The Wolf Man), filme do
Universal Estúdios de 1941 dirigido por George Waggner. Pertencente à segunda
grande leva da Era de Ouro dos Monstros da Universal ele jamais é lembrado ou
reverenciado como Drácula, e Monstro de Frankenstein, cânones do estúdio e do
cinema de horror.
Na verdade, na primeira leva, quando Bela Lugosi e Boris
Karloff entram para a história como Drácula e Monstro de Frankenstein (Baseados
em Bram Stoker e Mary Shelley ) a empresa produziu O Lobisomem de Londres
(Werewolf of London, 1935 de Stuart Walker). Um filme com efeitos bem legais (veja gif abaixo),
mas que jamais mostrou a força perante os outros monstros.
Já o lobisomem interpretado por Lon Chaney Jr. anos depois tem um roteiro tão equilibrado e conciso em supostas lendas e superstições que ajudou estabelecer o mito do homem que se transforma em lobo na lua cheia pela cultura popular e cinema. Ele não é inspirado em um livro famoso ou em um conto e ainda assim, muito do que acreditamos sobre lobisomens, ou que o cinema mostrou posteriormente foi inventado ali!
É pura fantasia de Hollywood! Bala de prata, ser contaminado
na mordida (como vampiros), pentagramas, etc. partiu mais da mente do roteirista
Curt Siodmak do que de alguma lenda do
leste europeu. Muito pelo contrário hoje em dia.
A frase considerada um velho provérbio cigano “Mesmo um homem que é puro de coração e faz suas orações à noite, pode se tornar um lobo quando o melro florescer e a lua de outono brilhar."? FANTASIA! No documentário historiadores garantem que antes desse filme não havia nada especifico quanto ao monstro licantropo que conhecemos agora.
Na idade média, por exemplo, muitos registros de lobisomens se referiam a pactos demoníacos, ou meras tentativas de se explicar comportamentos psicopáticos. O folclore do lobisomem existe há séculos no mundo todo, mas é variadíssimo de região em região, com simbolismos bem mais simplórios.Isso obviamente eleva o filme de 1941 a um patamar restrito na história de todo cinema. Drácula, Múmia, Frankenstein posteriormente foram recontados, quase sempre inspirados na literatura gótica, não muito nas primeiras adaptações hollywoodianas dos anos 30, que na real, mais suprimiram do que criaram.
Já o Lobisomem de 1941 é um filme com roteiro original que gerou legado de quase um século de outros filmes, contos, músicas, series, games, quadrinhos e toda cultura pop. Qualquer lobisomem famoso que lembrarmos terá sua raiz nele.
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