Hoje as coisas mudaram um pouco tanto lá quanto cá. Mas aqui
contam-se nos dedos atores e atrizes tipicamente de cinema, como a Liana Duval
que em entrevista a revista A Cena Muda em fevereiro de 1954, quando havia
certo deslumbre generalizado com o eletrônico, foi enfática em refutá-lo.
Na época estúdios de cinema brasileiros estavam fechando as portas após um inicio auspicioso. Onde trabalhar? "Teatro, teatro dramático ou de revista; televisão só em último caso. Qualquer papel que aparecer, desde os mais insignificantes aos de maior projeção, estou sempre disposta à representar. Neste sentido não tenho vaidades. Amo a arte em si e não o prestígio que ela nos traz, embora este seja prova de aceitação pública mais lisonjeira que uma "estrela" pode desejar. “.
E assim foi a vida toda! Passou a frequentar a novelas da Globo já idosa, sua imagem que ficou para gerações. Isso, como no caso de Tieta de 1988, quando o cinema brasileira estava (novamente) quase extinto como indústria.
Esporadicamente, participava de produções na TV Tupi e Manchete, mas se manteve fiel ao teatro e ao nosso cinema, participando de quase todas as fases imagináveis do cinema brasileiro, como na mais picante da Boca do Lixo.
No filme A Noite das T*ras 2 (1982 de Ody Fraga e
Cláudio Portioli) |
Duval, que faleceu em 2011 aos 83 anos de idade era uma
apaixonada pelo oficio. No começo dos anos 90 podia ser vista como a doce vovó
do Lucas Silva e Silva do seria Mundo da Lua (na TV Cultura, quanto nas
madrugadas de canais que exibiam produções como Aluga-se Moças, dirigido por Deni
Cavalcanti em 1982 com Gretchen e Rita Cadilac.
É provável que seu papel mais marcante para a nossa geração seja na novela A Próxima Vítima de Silvio de Abreu. Ela era a “inválida” mãezinha da simpática personagem de Vera Holtz que na verdade escondia um grande segredo.
Com Vera Holtz na novela A Próxima Vítima em 1995 |
Ela queria é trabalhar, pés no chão e boletos pagos! “Nós
não devemos nem podemos imitar Hollywood; aquilo é um meio e este aqui é outro
inteiramente diferente. Simplicidade gente! Devemos ser brasileiros, nas
atitudes e seremos autênticos" defendia na juventude.
Seu último longa metragem foi A Dama do Cine Shangai dirigido por Guilherme de Almeida Prado em 1987. Nada mal.
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