Especialíssima! Betty Faria estreou na TV portuguesa com 5 personagens diferentes

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No Brasil Betty Faria já estava em Baila Comigo, trama de Manuel Carlos de 1982. Em Portugal ela ainda colhia os loros de Lígia, protagonista de Água Viva de Gilberto Braga de 1981.

Todos se reuniram em frente à TV para ver a atriz brasileira numa produção local, a série Gente Fina é Outra Coisa. Teledramaturgia lusitana, perto do que se fazia no Brasil, engatinhava.

Por mais apaixonados por novelas brasileiras que os portugueses fossem, o formato era quase inexplorado. Provavelmente porque sabiam que estavam bem servidos pelo que importavam do Brasil.


Gente Fina É Outra Coisa ia mais na linha do humor britânico. Falava sobre uma família aristocrática as voltas para pagar as contas do mês usando o secular casarão para hospedar estranhos sem que a velha matriarca (papel da lendária Amélia Rey Colaço) soubesse.

Durou apenas 12 episódios, mas se tornou um clássico reprisado algumas vezes pela RTP1, até 1995 a maior emissora do país. Betty Faria era grande demais para apenas um episódio, foi a convidada de “O Amor Tem OCiclo das Flores”, oitavo episódio, comemorativo ao ano novo, dividido em duas partes.

No jantar de réveillon da família, ao abrir um antigo vinho a matriarca encontra carta de seu pai datada justamente de 31 de dezembro de 1882.  Escrita no dia de seu casamento, o já morto pede um jogo: Que cada homem da família pense em sua “mulher fundamental”.

É a desculpa para que cada um pense em sua paixão memorável. Desculpa também para atriz brasileira interpretar 5 personagens.


A prima sensual Heloisa, 

a grã fina dramática e já morta Olívia (num visual semelhante ao da sua Viúva Porcina), 

   A nerd vendedora de enciclopédias Helvética, 

       a perua comissária de bordo Celina, 

  e a prima carioca Madalena. 

Em comum, além da atriz que as interpreta , está o fato delas serem brasileiras. Afinal, aquele sotaque todo de Betty Faria não daria pra perder do dia pra noite.

Chover no molhado dizer que ela está colossal, transformando cada personagem num jeito só seu, dona de todas as vezes em que aparece em cena. Em entrevista na época ela disse que Madalena, a última personagem a aparecer, no tempo presente para brindar a chegada de 1983, era ela mesma.

Quem viu na época nunca mais esqueceu. Para Betty Faria a experiência deve ter sido bem válida também.

Em 1993 ela voltou à RTPI para estrelar uma novela inteirinha: Verão Quente. Por ironia do destino, fez par romântico com o saudoso Nicolau Breyner com quem já havia contracenado e sido dirigida na série de 1982.

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