A marvada ronda de Inezita Barroso

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O samba canção Ronda é tão impregnado da alma popular paulistana que se torna curioso saber que ela teve um inicio não tão distante. Ela foi gravada pela primeira vez em 1953 na voz da “caipira” Inezita Barroso.

Paulo Vanzolini tinha 27 anos quando a compôs em 1951, após observar a historinha da letra se repetindo na boemia de São Paulo. Crônica da passionalidade de uma metrópole.

Inezita Barroso a gravou como lado B do compacto A Marvada Pinga. No lado A, evidentemente, era a música homônima ao disquinho, também conhecida como Moda da Pinga.

A Marvada Pinga era uma regravação quase esquecida de Raul Torres em 1937. Fez tanto sucesso, mas tanto sucesso em sua voz que Ronda, maravilhosa, verdadeiro hino, passou batida em seu lançamento.

Qualquer cantora pop hoje lança um disco e vai vendendo por meses, as vezes anos, faixa a faixa, fazendo clips. Em 1953 era diferente e um hit era um hit!

Estamos aqui após 67 anos ainda falando do lado A e do lado B daquele disco. De quais musicas atuais falarão no ano de 2087?

Ronda esperaria mais um pouco para também bombar nas rádios e no coração dos lares boêmios. Após algumas regravações encontrou sua interprete ideal na voz de Marcia que ainda batizou seu disco de 1977 com o nome da composição de Vanzolini.

A arte da capa em si, não é das coisas mais alto astral. Mas ainda assim vendeu pra chuchu e fez com que Ronda se tronasse popularíssima, um legítimo top ten de qualquer karaokê.

Marcia, esposa do locutor esportivo Silvio Luis, é mais conhecida para gerações mais novas como taróloga desses programas vespertinos para mulheres. O que acaba meio que complementa a historinha de Ronda.

Pra quê sair atrás do marido pelos bares se podemos perguntar as cartas?! Muito além do que a imaginação de um Almodóvar 80’s poderia supor. 

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