Incrível o remelexo das cantoras pop em se manterem em
evidência com uma musica atrás da outra, clip atrás do outro. Mas e a Rita
Cadillac com décadas de uma carreira bem vivida e que só lançou um LP nesses
anos todos?
Palmas para ela! Ok, é mais celebridade do que cantora,
mas ainda assim, sobreviveu esse tempo todo enquanto tantas outras
cantoras/celebridades no mundo todo viraram pó.
Conversei com o Luiz Di Cora, seu maior fã, que por
coincidência, também tem uma prosa muito boa. Ele me explicou que além do único
LP lançado em 1984, Rita teve compactos e participações em coletâneas.
Um ano antes, enquanto ainda era Chacrete lançou o primeiro
compacto. Ela se lançou com Merenguedê no Lado A e Baby Love no lado B.
Ela ficaria no programa do Chacrinha só até junho/julho de
1983. Nas lojas estaria cantando também na coletânea A Grande Festa do Cassino
do Chacrinha com a faixa Mereguendê.
Os compactos, pequenos discos com no máximo duas músicas,
serviam para divulgar músicas novas ou artistas novos.foram abandonados
pela indústria fonográfica brasileira que optou por coletâneas como esta e
trilhas de novelas (lá fora os “singles” dos artistas continuaram sendo super aguardados).
Antes do primeiro e único LP solo Rita teve o segundo
compacto nas lojas. Aí sim, ganhamos dois hinos da música popular: É Bom Para o
Moral e a deliciosa Vem Perto (muito bem utilizada no documentário Rita Cadillac, A Lady do Povo de 2010).
O Long Play em si (produzido por Mister Sam, o mesmo de Gretchen em 1978) estampava um splash anunciando É Bom Para o Moral, Eu Vou Pra Serra Pelada e Pula Pula. Com 8 faixas, trazia tudo o que já tinha saído nos dois compactos mais as inéditas Pula Pula, Volte (Extase) e Carta de Amor.
É Bom Para o Moral (versão de Carlinhos Borba Gato para a francesa C'est bon pour le moral) se tornaria sua principal canção. Ironicamente é a primeira do Lado B, uma aposta menor?
Eu vou Pra Serra Pelada, que abre o disco no Lado A, é uma maravilha de duplo sentido em referência a mineração na Serra Pelada no Pará. Lugar que Rita Cadillac fez muitos shows.
Eu vou Pra Serra Pelada, que abre o disco no Lado A, é uma maravilha de duplo sentido em referência a mineração na Serra Pelada no Pará. Lugar que Rita Cadillac fez muitos shows.
Pula Pula não tem conotação erótica. É uma música
infantil onde a musa canta acompanhada por ruídos engraçadinhos, tipo aquele da Gretchen e Os 3 Patinhos, lembra?
Essa música estaria incluída na coletânea Criança Alegria. O disco de 1985 contava também com faixa cantada por Fofão, ainda no Balão Mágico, programa que antecedeu o Xou da Xuxa (não havia o menor problema moças sensuais trabalharem para público infantil).
Mas Rita não parou! Continuou seus shows e trabalhos
importantes como na casa de detenção Carandiru, alçada posto de Musa dos
Presidiários, momento registrado no filme Carandiru dirigido por Hector Babenco
em 2001.
A partir do momento em que ela e outras como Gretchen começaram
a ganhar um verniz de cult, voltou a participar de programas de TV. Ao invés
dos velhos hits ela cantou bastante Bem Me Quer famosa composição de Rita Lee.
E não é que combinou bastante com a Cadillac? Em 2001 ela
chegou a anunciar o disco Rita canta Rita, apenas com composições de Rita Lee,
coisa que infelizmente nunca aconteceu.
Em disco ela apareceria também na trilha sonora da novela da Globo A Lei do
Amor de 2016. Graças a isso, É Bom Para o Moral ganhou um clip, 36 anos depois de
ter sido originalmente lançada.
No final do ano passado, 2019, o disco de 1984 finalmente ganhou uma edição em CD. Não pense que era fácil garimpar o vinil no sebo estes anos todos.
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