Ela não queria casar ou as voltas que o mundo dá

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 Quando foi entrevistada pelo repórter brasileiro da revista A Cena Muda a atriz Mari Blanchard era mais uma loirinha em Hollywood aproveitando a brecha de Marilyn Monroe da Fox. Blanchard era da Universal, estúdio bem mais pobrinho.

Era 1954 e finalmente conquistava um papel de destaque no filme Antro da Perdição (Destry de George Marshall). No faroeste, gênero já fora de moda nas produções classe A, ela tinha ainda três cenas cantando.

Agora vai! O repórter insiste em apontar um romance que poderia se tornar em casamento. 
Ela é direta: “Não quero, não desejo casar. Estou no inicio de minha carreira profissional, e hei de segui-la sem atropelos do coração.”

Ok! Corta pra 2020, eu aqui no futuro lendo isso e indo ao IMDB checar essa resposta em sua biografia.
Mari Blanchard se casou nada menos do que três vezes! Teve atropelos do coração em 1960, 1965 e 1967 e seguiu a carreira quase até morrer em 1970, aos 47 anos de idade vítima câncer.

Naquele ponto da entrevista poderia parecer que a carreira desta filha de um magnata do petróleo finalmente deslancharia, mas ela não era uma novata. Desde 1947 colecionou papeis minúsculos em cerca de 15 produções B.

E depois dali as coisas também não foram muito fáceis em sua trajetória. Se tornaria uma atriz independente, sem contrato com um estúdio.
Isso significava vários trabalhos em filmes pequenos, sensacionalistas e em séries de TV, veículo que em seus primeiros anos não era território de estrelas de verdade. Sem grande estúdio não havia publicidade na criação da "estrela hollywoodiana".

Hoje, provavelmente o nome Mari Blanchard vem acompanhado de “Who?” pra muita gente. Em poucas palavras, foi a garota de Saloon por excelência.

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