Treta no Oscar 1962: O que veio depois

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 O Oscar 1962 foi aquela cerimônia histórica onde Bette Davis foi indicada a melhor atriz por Que Teria Acontecido a Baby Jane?  (What Ever Happened to Baby Jane, 1962 de Robert Aldrich). E Joan Crawford, sua parceira de cena não!

Preterida pela Academia, Joan enviou cartas às indicadas as felicitando e se colocando à disposição para representa-las caso não pudessem comparecer. E batata! Deu Anne Bancroft por Milagre de Anne Sullivan (O Milagre de Anne Sullivan, 1962 de Arthur Penn).

E assim, em todas as fotos divulgadas pelo planeta a fora vemos Joan Crawford segurando a estatueta daquele ano. A maravilhosa torta de climão, com direito a vídeo, gif e tudo você pode saborear clicando aqui.

O assunto renderia mais fotos na imprensa internacional semanas depois. Joan Crawford foi  pessoalmente até a Broadway entregar o prêmio a Bancroft cercada por fotógrafos.
 Não em sua casa, claro, mas após uma apresentação da peça Mãe Coragem, motivo declarado para não ir ao evento mais importante de Hollywood. Segundo a imprensa brasileira ela foi surpreendida por Joan Crawford que subiu ao palco com a estatueta.

Nesse imbróglio todo penso sempre no papel de Anne Bancroft que entrou literalmente de gaiato num dos revanchismos mais célebres do cinema americano. Logo ela que despontou, detestou aquele universo, abandonou tudo pra se dedicar ao teatro e quando regressou indiretamente teve seu nome envolvido na rixa lendária.

Ela não se ausentou para vingar Joan Crawford nem nada. Consta que chegou a ficar dividida entre a cerimônia e a apresentação, pediu conselho ao então namorado Mel Brooks que, levando em conta todas as concorrentes (Katharine Hepburn, Geraldine Page, Geraldine Page e, claro, Bette Davis!) recomendou que ficasse com a peça.
Bem, Anne Bancroft seria indicada outras quatro vezes, mas jamais ganhou novamente. Não deve ter ficado muito magoada como o conselho de Brooks, porque casaram em 1965 e continuaram até o falecimento dela em 2005.

Quando o livro sensacionalista Mamãezinha Querida, escrito pela filha de Joan Crawford após sua morte em 1978, foi ser adaptado ao cinema os produtores chamaram Bancroft para protagonizar. Detestou o roteiro e em respeito a Joan recusou o trabalho: “É apenas um lado da história” alegou.

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