Pioneira da dublagem, Arlete Montenegro fala com orgulho que
atua na profissão desde que começou a existir. Do alto de seus 80 anos tem uma longa trajetória como atriz no
rádio, TV, teatro e cinema sem nunca ter abandonado a arte de colocar a voz em
português em filmes, desenhos e séries internacionais.
No momento é imediatamente lembrada como a Senhora Puff,
professora do Bob Esponja. Em filmes foi mulheres fortes como Lana Turner e
Meryl Streep em O Diabo Veste Prada (The Devil Wears Prada, 2006 de David
Frankel).
Saudosistas da infância nos anos 80 vão identifica-la na voz
da Urânia, a vilã de cabelo verde no clássico desenho Jem e As Holograma. Quando
Urânia cantava aí era a vez da diva disco Lady Zu.
Arlete Montenegro dublou de tudo, até filme pornô! Houve uma
época, ali no alvorecer do VHS (o gênero foi um grande impulsionador do
fenômeno vídeolocadora) que algumas fitas pornôs foram dubladas.
Cinema do Brasil também precisou de dubladores profissionais
quando não trabalhava com som direto. Então, entre os anos 70 e 80 muita
sensualidade, gemidos e sussurros precisaram ser adicionado na pós produção.
A veterana, super profissional, não vê o menor problema em
emprestar sua voz a qualquer que seja o material. Em entrevista ao programa
Persona em Foco da TV Cultura lembrou da dificuldade em dublar filmes adultos,
mas não porque haja algo a mais nas produções em si.
Considera horrível pelo comportamento de quem está a volta. Se
fizer bem a cena o pessoal do estúdio fica todo assim: “Mmmm! Ó como ela sabe...”. E se
não fizer bem, recatada, não lhe chamam mais pra outros trabalhos.
Isso lembra o que uma amiga quadrinista já comentou das
garotas que desenham bons quadrinhos eróticos. É comum serem abordadas por
leitores que acreditam que aquilo tudo no papel é baseado em experiência própria.
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