A maior bilheteria de 1999 no Brasil e a segunda nos EUA
(ficando a trás do aguardado retorno da franquia Star Wars), O Sexto Sentido (The
Sixth Sense, de M. Night Shyamalan) teve uma bem cuidada campanha de marketing.
E claro, um roteiro inteligente que fez as pessoas voltarem ao cinema.
Ele entrou em circuito nacional no dia 22 de outubro. Tinha
o Bruce Willis (então mais lembrado por quem assistia filmes de ação) de
peruca, a “Muriel” nos EUA fazendo papel de mãe e era de um diretor de nome estranho que ninguém
tinha ouvido falar.
Algumas semanas antes começaram a aparecer publicados nos
jornais uns quadradinhos pretos com o número 6 como se fosse luz e a silhueta de
uma pessoa na frente. O único texto fixo era “Mensagem do além:” e seguiam-se frases alteradas diariamente.
"Diga para ela que a resposta é sim" e "Tenho medo do escuro. Me Ajude" |
Coisas como “Tenho medo do escuro. Me ajude” e “se você tem
alma, tente me ver” segudias pelo que parecia ser iniciais de nomes. Acho que
desde Os Fantasmas se Divertem (Beetlejuice, 1988 de Tim Burton) não éramos
confrontados com nada do ponto de vista dos desencarnados.
"Se você tem alma, tente me ver." |
E foi assim até começar a dar certo medinho e irritar. O que
será isso? Outro livro espírita da Gasparetto? Não havia internet, não como agora! Seria fácil conhecer
a fundo um filme com um astro como o Bruce Willis bem antes de estrear como fazemos
agora.
Aliás, querendo ou não, agora recebemos uma saraivada de
informação sobre absolutamente qualquer filme. Inclusive uns que antigamente
não ganhariam uma nota de rodapé na imprensa.
"Estou a seu lado e você não percebe." |
Em 1999 ficamos com este fiapo de manga no dente por mais de
uma semana. “Estou a seu lado e você não percebe” e “Aqui faz muito frio.
Preciso de ajuda”, sim, parecem ser frases que mortos diriam...!
Até que os anúncios passaram a ocupar mais de ¼ de página e
ficou claro que se tratava de um filme. “Drama, suspense, mensagens do além e
de repente tudo parece fazer sentido.”
É um trocadilho com o título do filme,
mas também não deixa de andar no fio tênue dos spoilers, já que avisava que as
coisas fariam sentido. Mas o que faria sentido?
A trama do filme toda apoiada num
hiper twiste final ou aqueles tijolinhos de publicidade que fizeram meio mundo
ficar encafifado?
Consegui escapar de qualquer revelação (ah, os tempos sem internet!)
e fui alugar em VHS assim que possível. Sim! Fiquei embasbacada, rebobinei
a fita e assisti tudo de novo pra ver se fazia sentido mesmo.
"Hoje nos cinemas" |
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