Nesta semana (dia 18) comemora-se 100 anos do nascimento do ator Jack Palance!
O homem que amamos odias, com o perdão do cliché difícil de escapar quando se
fala dele.
O rosto com traços de nativo americano ajudou a dar
veracidade a muitos papeis em westerns, porém, representam absolutamente nada etnicamente
falando. Jack Palance foi batizado Vladimir Palahniuk por pais imigrantes da
Ucrânia.
Antes de entrar para o mundo artístico foi minerador e
pugilista. Aos 30 anos entraria para o cinema logo de cara sob direção de Elia
Kazan em Pânico nas Ruas(Panic in the Streets, 1950).
Em 1953, quando era ainda desconhecido do grande público,
veio sua primeira indicação ao Oscar, como ator coadjuvante. Foi pelo melodrama
de suspense Precipícios d'Alma (Sudden Fear, 1952 de David Miller) onde Palance
assombrou ninguém menos do que a já lendária Joan Crawford.
Logo no ano seguinte outra indicação ao prêmio da Academia
por mais um cara malvado. Os Brutos Também Amam (Shane, 1953 de George Stevens)
lhe rendeu não apenas a segunda indicação consecutiva (feito pouco comum até
hoje), mas abriu as portas para incontáveis vilões em faroestes.
Quando o subgênero Western Spaggethi aflorou na Itália lá
foi ele perseguir mocinhos destemidos no Arizona fake da fronteira com a
Espanha. Foram tantos trabalhos populares no cinema que ele ficou com pecha de
canastrão, mesmo com as duas indicações ao Oscar enquanto iniciante.
Ele só seria “resgatado” na segunda metade dos anos 80 por
filmes como Bagdá Café (Out of Rosenheim, 1987 de Percy Adlon) e no hiper hype
Batman (1989 de Tim Burton). Digam o que quiserem de Tim Burton, mas é sempre
fabulosa a escalação em seus filmes, que não apenas versam sobre estéticas e linguagens
ultrapassadas, mas incluem atores que ficaram esquecidos pelos grandes
estúdios.
O Oscar de ator coadjuvante finalmente viria em 1991,
quarenta anos após sua estreia, pelo filme Amigos, Sempre Amigos (City Slickers,
de Ron Underwood). Momento iconográfico da cerimonia, quando ele surpreendeu a
todos fazendo flexão de braço apoiado em apenas um mão. Jack Palance estava com
72 anos de idade!
Também entraria para a história do Oscar sua participação na
entrega do prêmio do ano seguinte. Segundo rumores ele teria lido errado o nome
de Marisa Tomei e assim foi, uma das mais controversas vitorias.
Mas Jack Palance nunca parou de trabalhar. Equilibrou
trabalhos no cinema e em filmes e séries de televisão como poucos, num tempo em
que as carreiras nos EUA eram bem distintas entre os veículos.
Em 1974, por exemplo, ele foi tanto um pomposo Drácula na adaptação
britânica dirigida por Dan Curtis como esteve nos cinemas de volta à formação
da América ao lado de Faye Dunaway na produção hollywoodiana O Poço do Ódio (Oklahoma
Crude) de Stanley Kramer.
Ficaria conhecido no mundo todo para novas gerações aos
assumir em 1982 um remake da série de bizarrices Acredite Se Quiser (Ripley's
Believe It or Not). No Brasil foi exibida e reprisada pela TV Manchete com tanto
sucesso que em 1989 a prefeitura de São Paulo na gestão de Luiza Erundina (ainda
do PT), contratou o ator como garoto propaganda de suas obras como você confere
no player abaixo.
Além de Jack Palance é possível identificar neste vídeo a
hoje respeitável jornalista da TV Globo Sandra Annenberg. Acredite se quiser!
Na vida pessoal o ator foi casado duas vezes e teve três
filhos. Nunca foi afeito a badalações, nas horas vagas cuidava de sua fazenda e
praticava pintura, conforme, aliás, aparece em Bagdá Café.
Seu último trabalho no cinema aconteceu em 1999, na aventura
infanto-juvenil Treasure Island dirigido
por Peter Rowe. Continuou trabalhando em produções televisivas até 2004, vindo
a falecer de causas naturais em 2006, aos 87 anos de idade.
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