Chocante vida das Quíntuplas de Dionne

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algumas imagens via Quintland
 Essa é pra quem acredita que o mundo está terrível, “onde vamos parar?!!”. O mundo todo ficou abismado com o nascimento de quíntuplas em1934 em Ontário no Canadá, que ficariam conhecidas como As Quíntuplas de Dionne.

Em 2012, certa grávida no Brasil, em Taubaté, causou rebuliço na imprensa (que nem checou antes a veracidade) ao anunciar estar esperando quádruplos. Agora, imagina o nascimento de quíntuplos idênticos em 1934!
Numa pobre vila rural sem luz elétrica, água encanada ou sistema de esgoto, a história de luta pela sobrevivência das meninas era tudo o que o mundo precisava ouvir naqueles tempos ainda de Grande Depressão. Até aquela data não havia nenhum outro registro de quíntuplos que sobreviveram à infância.

Assim que a notícia começou a estampar capas de jornais, os pais, que já criavam outros cinco filhos, sendo o mais novo havia nascido apenas onze meses antes das gêmeas, recebeu a oferta de uma feira de curiosidades para expor suas filhas. Com o contrato elas seriam atrações como a Mulher Gorila, boi de duas cabeças, etc.
Sabendo disso, o governo do Canadá resolveu intervir. Retirou dos pais a guarda das crianças (não dos outros cinco irmão, apenas das quíntuplas), alegando falta de condições para criá-las. Seria uma ótima notícia para o bem estar dos bebês para o resto da vida.

Bem, “seria”. Vislumbrando o potencial financeiro, o governo resolveu faturar em cima das cinco crianças. Construiu uma espécie de parque, logo apelidado de Dionneland onde comprasse ingressos tinha o direito de assistir ao show.


O show nada mais era do que assistir às irmãs brincando num cercado de arame de tempos em tempos. Como se fosse um show de focas amestradas, baleias, golfinhos ou qualquer outro animal, coisa que o bom senso não nos permite mais.
Absurdo, quem pagaria pra ver isso? Em pouco tempo tiveram que aumentar o tamanho do estacionamento! As “Quíntuplas de Dionne” se tornaram a maior atração turística do Canadá, atraindo mais gente do que as Cataratas do Niágara.

Boa parte do lucro vinha não apenas dos ingressos, mas de duas lojinhas temáticas que comercializavam de bonecas a chaveirinhos com os rostos das crianças. Uma das lojas era administrada pela mãe das meninas (a Dionne) e a outra por freirinhas que ajudavam a administrar o local.
Paralelamente a marca “Quíntuplas de Dionne” foi explorada internacionalmente em publicidade. Produtos de higiene, alimentos, doces, qualquer coisa poderia estampar seu rosto num tempo onde o merchandising e licenciamento era bem menos desenvolvido.

Ela também estrelariam três filmes onde interpretavam algo parecido ao que era a vida delas. Claro que mostrado seu cotidiano de forma suave, quase como um conto de fadas. 
E foi assim, vivendo sob os olhos dos turistas que as gêmeas viveram até os oito anos de idade, quando voltaram a morar com os pais na zona rural, o que não lhes tirou da mídia e dos contratos milionários.
Elas, além de terem enorme dificuldade em se adaptar à nova vida ainda relatariam mais tarde abuso sexual por parte do pai. Apenas ao completaram 18 anos romperam com a família, evitando a mesma exposição com que cresceram. Mais tarde, em 1965, ajudariam em uma biografia, depois que uma já havia falecido aos 20 anos de idade.

Tentaram ter a mais prosaica das vidas, sendo que apenas uma delas não casou,  tendo estudado para ser freira, mas acabou se tornando bibliotecária. Em 1970 uma segunda veio falecer por problemas de saúde aos 36 anos de idade.
Em 1986 a publicação do livro The Dionne Tragedy acendeu o diálogo sobre o abuso e a exploração infantil que as meninas sofreram. O livro seria base para a minissérie “Million Dollar Babies”, produzido pela  CBC Television e CBS Television em 1994.

Apenas dois anos depois disso o governo canadense finalmente indenizou as três irmãs sobreviventes, quando estavam com 63 anos. Dos US $ 2,8 milhões elas tiveram que pagar advogados e historiadores, ou seja, ficaram com muito menos do que isso.
Atualmente (2018) apenas duas estão vivas. Uma delas voltou a aparecer na mídia em 2017 quando a imprensa descobriu que vivia numa casa de caridade por não ter condições financeiras para se sustentar.

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