Verdadeira face de Lâmia

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Dos demônios cinematográficos, Lâmia não é tão popular quanto Pazuzu, mas a tendência é que isso mude. Mal de bilheteria, mas muito reprisado na TV e disponível há anos em serviços de streaming, Arraste-Me Para O Inferno (Drag Me To Hell, 2009 de Sam Raimi) será daqueles filmes que se tornaram queridos com o tempo.

Ao negar atendimento a velhinha, a jovem bancária Christine não imagina que assinou sua sentença para o inferno.  A idosa na verdade é uma poderosa cigana que a amaldiçoará entregando sua alma a Lâmia.

Antes de enfrentar as brasas eternas da danação, Christine será atormentada em momentos estritamente corriqueiros de sua vida. De hemorragias públicas a bolos de larvas no jantar em que conheceria a pedante sogra.
Esse pequeno conto moralista dirigido por Sam Raimi misturou em seu enredo tradições judaicas e do leste europeu. A Lâmia do filme em si parece ser uma mistura de seres folclóricos como Baphomet e Krampus, diabólico ajudante do “Papai Noel “ que assusta crianças em alguns países.

Na mitologia grega, Lâmia era uma rainha da Líbia que se tornou um demônio que comia crianças. Filha de Poseidon e amante de Zeus, ela despertou o ciúme de Hera que passou a matar seus filhos, o que, por desespero, a fez virar um monstro.
S-Caruso
“Lâmias” também serve para chamar bruxas ou demônios que seduziam jovens para lhes sugar o sangue, o que lhes aproxima do mito do vampiro. Geralmente são representadas por mulheres belíssimas com a parte de baixo do corpo em forma de servente, como se fossem sereias terrestres.

No filme geralmente sua figura é vista em forma de bode, em referências masculinas. Apenas em uma cena, como sombra, observamos a forma feminina, o que lhe aproxima das conhecidas figuras lendárias.
Embora seja um personagem folclórico bem rico, com diversas variações em várias regiões do mundo, Lâmia ainda é pouco explorada na cultura popular. Ponto para Raimi que apresentou à sua maneira no horror moderno uma entidade diabólica clássica  “plausível”.


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