Jason encontra Mario Bava (e muito mais gente!)

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 O diretor italiano Mario Bava pode não ser muito lembrado pelo público médio que consome cinema hoje, mas suas marcas em muitos filmes famosos são evidentes. De citações, homenagens, respingos a possíveis plágios.

Cannes deste ano (2016) reconheceu o que todos nós desconfiávamos: Alien, o Oitavo Passageiro (Alien, 1979 de Ridley Scott) é quase uma versão não autorizada de O Planeta dos Vampiros (Terrore nello spazio, 1965) de Bava. Leia mais sobre isso aqui.

Outro caso interessante entre americanos e o italiano é Sexta-Feira 13. Principalmente a Parte 2 (Friday the 13th Part 2, 1981 de Steve Miner) com Mansão da Morte (Reazione a catena/Bay of Blood, 1971).

O filme de 81 é o primeiro com o assassino Jason Voorhees, o que formata o conceito de toda cine serie muito popular. A trama guarda vários pontos em comum com a obra de Bava, sendo mais gritante a reprodução de uma das mortes, inclusive a mesma arma.

É possível assistir às duas cenas no Youtube, aqui e aqui. Talvez a mais famosa dupla penetração do cinema não pornô...

Isso, claro, sem falar do obvio: jovens de forte libido vão para um lugar remoto próximo a uma baia (que virou o lago Crystal?) e são mortos por assassino misterioso.  Muita coisa viraria cliché nos slashers dos anos 80, mas não eram em 1971.  
Sexta-Feira 13 não bebeu apenas do filme de Mario Bava, mas principalmente dele. Lembrando que antes de Jason existiram outras produções com assassinos mascarados atazanando adolescentes, como O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chain Saw Massacre, 1974 de Tobe Hooper) e Halloween: A Noite do Terror (Halloween, 1978 de John Carpenter).

Aliás, o vilão só passaria a usar a célebre máscara de jogador de Hockey a partir de Sexta-Feira 13 Parte 3 (Friday the 13th Part III, 1982 de Steve Miner). Em sua estreia, no segundo filme, ele usa um saco de pano na cabeça.
Muito parecido ao recurso que o psicopata de Pânico ao Anoitecer (The Town That Dreaded Sundown, 1976 de Charles B. Pierce) usa para se ocultar, inclusive a cor da camisa, como voc~e confere na imagem abaixo. Um filho perdido da senhora Voorhees?
Ei, mas não para aí! A trilha sonora composta por Harry Manfredini, aquela do “tsheee tsheee tsheee”,  tem umas faixas super parecidas ao que Bernard Hermann fez para Psicose (Psycho, 1960 de Alfred Hitchcock).

Ouça no player acima, especificamente em 28:49. É interessante já que o filme trabalha com a identidade do assassino ser a mãe ou filho assim como Hitchcock, e como já dito era a estreia do filho na matança.

Veja também:
Diga olá pra mamãe do Jason
Mario Bava em Cannes 2016
Fabuloso Mario Bava

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