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Kiki Roberts (nascida Marion Strasmick) abandonou os palcos
na companhia renomada de Ziegfeld assim que conheceu Jack "Legs"Diamond na década de 20. Legs (Pernas em português) tinha esse apelido pela
facilidade com que fugia da polícia e uma ficha corrida que remonta ao começo do
século XX.
Legs era casado com Alice, mas sua esposa parece não ter se
importado com a existência de Kiki. Naquele tempo o país estava em plena Grande
Depressão, com a lei Seca em vigor transformando gangsteres em celebridades de
tanto que apareciam na imprensa e raramente eram pegos.
Em 18 de dezembro de 1931, por volta da uma da madrugada, se
despediu de Alice (que estava numa confraternização com amigos festejando Legs
ter sido absolvido de mais um processo) e foi visitar Kiki numa casa que havia
alugada para eles. Quando voltou por à 4h30 se deitou na cama e adormeceu, até
que a casa foi invadida por dois homens do submundo, um lhe agarrou, outro
atirou na sua cabeça.
Kiki só soube da noticia quando o dia amanhecia e ouviu os
meninos vendedores de jornal gritando a manchete. Jack "Legs" Diamond
havia sofrido incontáveis atentados de rivais do crime, mas nunca a moça nunca
pensou que esse dia aconteceria.
A esposa era Alice, mas quem interessou mesmo para a imprensa
foi a amante bailarina. Na entrevista para um cinejornal que você pode assistir
abaixo (ou clicando aqui) ela aparece ao lado da mãe.
Revelou ao jornalista que o gangster era um namorado
maravilhoso, carinhoso e amável. No fim aconselha as jovens como ela a ouvirem
suas mães, coisa que infelizmente não fez, (mas que agora jamais se separaria
da sua) e que iria tentar retornar sua carreira nos palcos (e encerram com o que parece ser um constrangedor beijo na boca. Assista!).
Depois do alvoroço ela continuou pipocando na mídia, até que
Alice, a esposa oficial de Jack "Legs" Diamond foi assassinada em
1936, possivelmente pelos mesmos mafiosos do marido, e a imprensa correu procurar Kiki Roberts.
Capa de uma revista polonesa tajnydetektyw |
William Kennedy (ganhador do Politzer por Ironweed) na
década de 70 foi pesquisar nos jornais de sua cidade natal (Albany, Nova York) para
escrever romance sobre o Gangster e se deparou com a meteórica trajetória da
bailarina, uma das primeiras subcelebridades da história moderna.
A partir de 1934, Kiki Roberts realmente tentou fazer um
retorno. Ela chegou a ir para Hollywood e tentar entrar no cinema (filmes de
Gangster eram a coqueluche do momento). Mas Will Hays, futuro czar da censura
no cinema americano, decidiu que sua reputação era muito obscura e proibiu-a de
aparecer nas telas. Então, ela voltou para o palco.
No ano seguinte foi agenciada por um dono de hotel,
se apresentava em casas noturnas como “A amante do gangster Legs Diamond”. Mesmo tendo sido uma garota dos célebres shows
de Ziegfeld, seu romance proibido chamava mais atenção, o que nem sempre facilitava
sua vida na hora de conseguir licenças para os espetáculos.
Kiki enfrentaria outro problema amoroso. Numa noite, prestes
a entrar no palco foi procurada pelo xerife local para assinar uma intimação de
divórcio. Profissional, engoliu o choro e entrou em cena, mais sensual do que
nunca.
A alegação era que, após a primeira semana do casamento, ela
havia deixado o marido e voltado para o palco. Ela disse que amava o marido, mas
assinou mesmo assim.
O problema seriam os sogros: “Eles insistem que sou uma caçadora
de dotes. Isso machuca, porque realmente eu tenho conhecido ricos, mas nunca fui
dessas. Se fosse eu teria algo para mostrar para eles.". E ninguém nunca
mais ouviu falar em Kiki Roberts!
Arranjou um amor verdadeiro? Foi assassinada pelo mesmo
grupo de gangsteres? Voltou novamente a morar com a mãe vivendo anonimamente em
algum subúrbio até o fim de seus dias? Ninguém sabe.
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