4 vezes Butterfly McQueen

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 Com Vivien Leigh em ...E O Vento Levou (Gone with the Wind, 1939 de Victor Fleming)
Com Joan Crawford em Alma em Suplício (Mildred Pierce, 1945 de Michael Curtiz)
Com Jennifer Jones em Duelo ao Sol (Duel in the Sun, 1946 de King Vidor)
Em A Costa do Mosquito (The Mosquito Coast, 1986 de Peter Weir)

Mesmo com um papel diminuto, o jeito único de interpretar fez com que Butterfly McQueen chamasse a atenção em ...E O Vento Levou. Foi a válvula de escape humorístico no meio de todo aquele dramalhão.

Classic Cinema
Butterfly, aos 28 anos, começava no cinema naquele ano e com o pé direito. Seu nome artístico veio de uma apresentação de Sonho de uma Noite de Verão onde representou uma borboleta, palavra que pra ela soava bem melhor que seu nome de batismo: Thelma.

Das filmagens de seu mais famoso filme lembrava de ter pedido que Prissy, a ajudante irresponsável de Scarlett O’hara não apanhasse no rosto. Também se recusou a aparecer comendo melancia ou qualquer outro estereótipo que remetesse aos escravos.

Sua colega de elenco Hattie McDaniel, a Mammy, lhe alertou que eles nunca mais a chamariam para trabalhar de novo porque Butterfly reclamava demais. Isso, claro não aconteceu.

Apareceu numa série de outros filmes, inclusive em Duelo ao Sol, produção do mesmo David O. Selznick que pretendia repetir o sucesso de ...E O Vento Levou. Dessa vez ela teve muito mais texto, mas não deixou de ser a serviçal da mocinha.

Cansada de receber apenas o mesmo tipo de papel abandonou as telas em 1947, ressurgindo na TV alguns anos depois. De opiniões fortes, politizada, nunca escondeu ser ateia, comparando às vezes a religião com a escravidão de seus antepassados.

AIP
Nos anos sessenta ela parou de trabalhar como atriz voltando a aparecer esporadicamente na TV na década de 70. No período se dedicou aos estudos, conquistando graduação em Ciências Políticas quando já estava com 64 anos.

Butterfly se envolveu numa situação terrível ao ser confundida numa estação e ônibus com uma batedora de carteiras em 1980. Um guarda a jogou contra um banco, o que lhe fez faturar várias costela.

Como não podia deixar de ser, a atriz processou a empresa, e após anos recebeu US $ 60.000 de indenização. Com o valor ela se mudou para uma pequena cidade, onde voltou a usar o nome Thelma para não ser reconhecida pelos vizinhos.

E assim viveu anonimamente com muitos gatos até 1995, quando foi encontrada pelos bombeiros desacordada em meio ás chamas de sua casa. Foi levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

Segundo sua vontade, seu corpo foi doado para estudos médicos. Seus bens foram para a Freedom From Religion Foundation, ONG que defende os não teístas além de lutar pela separação da religião e o Estado. 

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