Bette Davis cantando em LP!

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Gettyimages

Ok! Bette Davis era maravilhosa o suficiente, mas não cantava. E daí? Bette Davis era maravilhosa o suficiente para realizar o sonho de lançar um LP em 1976!

Aos 68 anos tinha se tornado uma velha lenda de Hollywood. Ninguém a acusou de soar como uma tia bêbada no karokê da esquina, porque ouvir Bete Davis é precioso para quem se dispor a isso.

Dizia que sempre sonhou em ter um LP, mas ninguém a convidava até a EMI britânica chamá-la.  São onze faixas que praticamente narram sua trajetória gloriosa como atriz em música.

Abre com a introdução de Max Steiner para A Estranha Passageira (Now, Voyager, 1942 de Irving Rapper) e segue com "They're Either Too Young Or Too Old",  que ela apareceu cantando no especial patriota Hollywood Canteen for Servicemen de 1943. 

Uma boa alma publicou “Miss Bette Davis Sings!” na íntegra no YouTube. Aumente o som, (ou não!) e clique no player abaixo ou aqui.


O flerte de Bette Davis mais forte com a música viria em 1962 com o estrondoso sucesso de O Que Aconteceu com Baby Jane? (What Ever Happened to Baby Jane?  de Robert Aldrich). Davis, novamente no auge, saiu participando de programas de TV e excursionando cantando uma versão vocal do tema do filme.
Autografando o LP em 1977 Gettyimagens
No disco 70’s ela canta “I've Written A Letter To Daddy”, música emblemática do filme, de duas
maneiras. Primeiro debochada como a Baby Jane alcoolizada e depois como Bette Davis mesmo, segura de si.

E claro que não falta “Hush... Hush, Sweet Charlotte” tema do filme homônimo, conhecido no Brasil como Com A Maldade Na Alma. Na produção de 1964 (também dirigido por Aldrich) ela é executada por Al Martino, mas uma gravação com Patti Page tocou bastante nas rádios no embalo do filme.

Como o LP é uma celebração de si mesma, não poderia faltar ela interpretando texto de um de seu personagem mais famoso: Margo Channing de A Malvada (All About Eve, 1950 de Joseph L. Mankiewicz). Involuntariamente emocionante ouvir sua voz envelhecida ainda com toda a força de Channing.

Para quem é familiarizado com sua filmografia é um prazer ouvir a estrela a revistando tanto tempo depois. Um deleite quase pecaminoso ouvir um disco inteiro de alguém que não canta e mesmo assim amar.

Veja também:
A parceria musical entre Max Steiner e Bette Davis

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