E nem tudo no cinema contemporâneo é fundo verde e
computadores! O absurdo plano sequencia que abre 007 Contra Spectre (Spectre,
2015 de Sam Mendes) foi real, todo filmado em locação na Cidade do México mesmo.
Ao todo a cena dura quatro minutos contínuos com três cortes
(bem) disfarçados. Afinal, começar na rua em meio a multidão, subir de
elevador, deixar a mocinha no quarto do hotel e sair pela janela ainda é
humanamente impossível.
Para “facilitar”, ainda havia cerca de 1500 figurantes na
rua caracterizados para o Dia De Los Muertos. A mágica foi captada de forma não
digital, utilizando uma câmera Panavision Millennium XL, em negativo 35 mm.
Tradicionalmente na cine série os primeiros minutos são tomadas
de ação que culminam na glamorosa abertura. Sam Mendes disse ao AmericanCinematographer que usou esta expectativa para submergir a plateia
na pele de Bond através do longo plano sequencia sem ela esperar já a história.
“Uma única tomada diz para a plateia: ‘Isso está acontecendo em tempo real. Isso é Bond;
você vai viajar com ele; vai ser sua jornada nesta parte do filme, então se
contente em apenas observar e se concentrar; nós não estamos deixando-o fora do
enredo; veja o quão longe você pode ir com a gente. Com o tempo você chegará ao
final desta tomada , você chegou.’ E eu amo essa sensação” explicou o diretor. Continuou: “Isso é o que Altman fez
brilhantemente no início de O Jogador (The Player, 1992), e, é claro, Orson
Welles no início do A Marca da Maldade (Touch Of Evil, 1958).”
Originalmente a ideia de Mendes era que a tomada durasse dez minutos,
mas ele achou que seria exibicionismo demais. Isso além de consumir muito mais tempo
para ser produzido, sendo que representa tão pouco tempo de filme.
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