Dona Flor no Japão

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 Pôster japonês para o filme Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976 de Bruno Barreto) e abaixo o original brasileiro. Compare!
 A conhecida arte do Benício sofreu diversas alterações, algumas sutis, outras radicais. Fora a poluição visual dos caracteres deles, bem ao gosto local.

O Japão tem tradição em adaptar o material publicitário. Já falei antes aqui de Ata-me! (Atáme, 1989 de Pedro Almodóvar) que mais parecia cartaz de filme de robô gigante.

Perdeu a graça do logo da flor, que, cá pra mim, tem um viés erótico. No lugar um crucifixo iluminando o José Wilker, o que estraga um pouco ao explicitar que o morto está vivo e o vivo está morto.

Ainda revela mais o peitinho da Sonia Braga, mas esconde as pernas debaixo da coberta. Aliás, as pernas estão abertas, não cruzadas.

Um dos maiores sucessos do cinema do Brasil, Dona Flor correu o mundo ostentando o nome de Jorge Amado. Tanto que no mercado espanhol, onde o cartaz (que você vê ao lado) foi praticamente o mesmo, limaram o nome de Chico Buarque para dar destaque ao autor.

Também mudaram a tagline para: “Ela encontrou a receita exata para amar a dois maridos ao mesmo tempo” ao invés da nossa “Ela dá a receita certa para amar a dois homens”. Ambos fazem referência aos dotes culinários da protagonista, mas com sentidos diferentes.

Veja também:
Almodóvar no Japão
Prato favorito de Vadinho


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