Lançado em 1997, ele tomava proveito do rico universo de
Ladrão de Sonhos (La cité des enfants perdus, 1995 de Marc Caro e Jean-Pierre
Jeunet). Jean-Pierre Jeunet dirigiria em 2001 o celebrado O Fabuloso Destino de
Amélie Poulain.
O filme tinha a alcunha de ser o mais caro a ser produzido
na Europa, o que pode explicar o interesse em adapta-lo ao console da Sony. Seus
diretores vinham do não menos bizarro Delicatessen (1991).
E não pense que era tranqueira. Ao contrário das versões das
superproduções de Hollywood, onde geralmente a franquia é vendida para uma
equipe que fará o game e seja o que Deus quiser, City of Lost Children era
super bem cuidado, com o uso da trilha sonora de Francis Gorge (o mesmo de Twin
Peaks) e tudo.
Para quem viu o filme, a gente joga com a menina órfã Miette,
que tem uma série de enigmas a resolver. Para isso temos que fuçar
milimetricamente os cenários à cata de objetos que futuramente tenham uso.
E essa era a dor e a delícia da experiência dos jogadores. Encontrar
os itens era uma tarefa no escuro, sem um brilhinho que os indicasse nem nada,
nos obrigando a ficar horas em cada cenário, às vezes à toa.
Miette ficava repetindo frases negativas a cada tentativa
frustrada. Aí chego a outro diferencial: Idiomas!!! Naquele tempo os jogos não
eram bilíngues.
Geralmente eram em inglês ou no caso de um azar na Galeria
Pajé, levávamos pra casa uma versão em japonês. Mas ele tinha até áudio em
várias línguas... Menos português, claro!
Assim, deixava em espanhol e aí em cada fase lia “cargando”
ao invés de “loading”. Lembro claramente a voz da garota dizendo “No hay nada
que buscar aqui” ou “La botella está vacía” a cada tentativa de procurar o que
quer que seja nas garrafas verdes espalhadas.
A segunda imagem é um oferecimento Gamespot
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