O brilhante diálogo de Billy Wilder e George Axelrod é um dos tantos momentos que elevam o filme a muito mais do que uma comédia romântica tola. Um compêndio da eterna discussão entre o erudito e o popular
travestido de comédia romântica tola.
Simpático também o uso do blockbuster (escapista como tal) da concorrente Universal (o filme da Marilyn é da Fox) que ainda cria um paralelo entre A Garota e o vizinho solitário e galanteador interpretado por Tom Ewell. Geralmente entretenimento popular só é reverenciado após os anos o tornar Cult.
Claro que um filme de Marilyn Monroe também era popular, mas na direção deste estava Wilder, o gênio já consagrado aquela altura. A própria Marilyn, a atriz do momento, é citada pelo roteiro em outro diálogo inspirado.
A personagem da loira nem nome tem, é mero devaneio do homem casado com um fim de semana longe da família. Em 1954, todos os sonhos masculinos giravam em torno de Marilyn Monroe, embora sua voluptuosa figura escondesse alguém que só queria ser amado.
Os gifs são um oferecimento Missing Marilyn
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Verdade, Miguel, Seven year itch tem toda uma nuance sutilmente melancólica em cima da personagem da Marilyn, que fica mais evidente quando o espectador está por dentro da biografia dela e percebe que o filme ecoa de leve a vida da atriz. Tanto que a personagem nem tem nome próprio. É a pessoa que está "always moving, but going nowhere", como na música do Paul Young/Jimmy Ruffin ("What becomes of the brokenhearted").
ResponderExcluirGastão, esse filme é um primor. mesmo com todos os defeitos impostos pela moral da época.
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