Poster de Saul Bass |
A adaptação da opera de Bizet para o universo black (que ainda contava com o galã Harry Belafonte) anteveio em quase uma década os conflitos raciais que mudariam a história. Mas os conflitos raciais já estavam pululando a cada esquina, no cotidiano segregador da época.
Dorothy Dandridge chegava ao topo da carreira, protagonizando uma grande produção hollywoodiana como nenhuma outra da sua etnia. Após papeis muito menores em filmes idem, como por exemplo rainha africana em aventura do Tarzan.
Otto Preminger foi além de abrir a Caixa de Pandora, chegou a aconselhar sobre o futuro profissional de sua estrela. Como primeira grande diva negra de Hollywood, no sentido de rivalizar com tantas loiras do momento, não deveria mais aceitar papéis que não fossem de protagonista.
O filme ainda renderia a indicação ao Oscar de melhor atriz para Dandridge. Feito então também inédito para uma atriz afro descendente, perdendo para Grace Kelly por Amar é Sofrer (Coutry Girl, 1954 de George Seaton).
Apenas em 2002 Halle Berry seria a primeira negra a ser contemplada com o Oscar de melhor atriz. Por ironia, Berry interpretou a vida da pioneira no telefilme Dorothy Dandridge - O Brilho de uma Estrela (Introducing Dorothy Dandridge, 1999 de Martha Coolidge).
A atriz, que teria chegado a ser cogitada pela Fox para ser Cleópatra, papel que ficou com Elizabeth Taylor, faleceu em 1965 com apenas 42 anos de idade após uma acidental ingestão de barbitúricos. Deixou um legado mais do que artístico, uma referência de conquistas.
A primeira imagem é um oferecimento Huffington Post, a terceira Music2MyEars.
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