Com chamadas no ar, o canal History em português promete para “em breve” exibir a minissérie Bonnie & Clyde. Em dois longos capítulos a trama tenta ir a fundo na verdadeira história do jovem casal apaixonado que aterrorizou os EUA na década de 30.
A versão mais famosa é a levada às telas em 1967, estrelada por Warren Beatty e Faye Dunaway, sub intitulado no Brasil como Uma Rajada de Balas. Pesa aí a primeira pedra no caminho da nova produção.
Leva-se um tempo até nos desvencilharmos do filme. Um clássico em muitos aspectos , que embora de forma muito reduzida, conta muito bem a trágica trajetória dos delinquentes quase transformados em heróis pela imprensa da época.
O tom solene, similar a um faroeste de Sergio Leoni, emprestava à história uma classe perdida agora na TV. A nova produção em vários momentos tenta remeter à linguagem dos filmes de gangster 30’s, nem sempre com resultados satisfatórios.
A trama também é narrada em flashback por um cadáver recurso utilizado também no cinema noir, de dez anos depois do período inspirador. Mas aqui, parece que tanto faz, é mera desculpa para revelar logo de cara o desfecho dos personagens, de conhecimento público.
Há momentos modernos de extrema violência e agilidade, mais no segundo episódio do que no primeiro, mas nada que faça o programa ser brilhante. Nada que faça jus a recontar a mesma história.
A produção é bem acima da média, com leves anacronismos. Existem várias liberdades poéticas que depõem contra o projeto num todo, que pretensamente queria ser realista, sendo a principal de elas insistirem num romance mágico, quase medieval.
Quanto aos protagonistas, Emile Hirsch (O Speed Racer dos Irmãos Wachowski), carece de carisma, até para justificar toda a força que o personagem original conquistou. Ainda desaparece ao lado da Holliday Grainger, muito mais voluptuosa e refinada do que Bonnie Parker parece ter sido.
Entretanto, não chega a aborrecer, a gente só esperava mais.
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