Distante dos idos de melindrosa do “bo-bo–bi-dú” foi a mãe judia de Wody Allen em Contos de Nova York (New York Stories, 1989, de Scorsese, Coppola e Allen) e a tia com cheiro de naftalina de Férias Frustradas de Natal (Christmas Vacation, 1989 de Jeremiah S. Chechik). Aquela velhinha que completa a viagem de um jeito pouco ortodoxo.
Quando faleceu em 1998, aos 90 anos exatos, a notinha na Folha de São Paulo declarava no título: “Morre ‘voz’ de Betty Boop”. Incluíram foto com Woody Allen, claro, e lembraram nas parcas linhas que Questel também falou pela Gaspazinho e Olívia Palito.
Nenhum deles comparado ao sucesso da pequena devassa. Nos tempos terríveis da Grande Depressão ela conseguiu vender mais de dois milhões de discos com a canção No Good Ship Lollipop, no estilo do cartoon, embora Shirley Temple também a tenha gravado.
Foi cantando que firmou a primeira parceria com Allen em 1983. Regravou especialmente para a trilha sonora de Zelig a antiga Chameleon Days.
Marcante o jornal ter lembrado a resposta dela em 1963 quando lhe perguntaram qual o segredo de sua longevidade. “Não faça escarcéu por qualquer coisinha na vida!”.
Nunca esqueci essa frase. Volta e meia dona Questel aparece na minha cabeça repetindo ela, tal e qual a mãezinha de Contos de Nova York.
Em 63 ela estava com 55 anos! Tai uma pessoa que se aporrinhou com pouquíssima coisa na vida!
A primeira imagem é um oferecimento Critical Flicker!, a segunda Acervo Folha
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A lei que proibiu Betty Boop!
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