As predominantes são vermelha e verde. Trata-se de uma história sobre a paixão pelo imaginário, pelo que se constrói, manipula de acordo com nossa afetividade.
O verde é onipresente nos momentos oníricos. Dizem respeito às expectativas do protagonista Scottie (James Stweart), quando está imerso em sua mente.
Percebe-se bem cada aparição dos tons nos figurinos de Edith Head usados por Kim Novak (Madeleine/Judy). Se você ainda não assistiu a Um Corpo Que Cai (como assim?) deixe para ler este post depois.
Sabemos que ele está diante da garota que considera perfeita. A garota idealizada num local explicitamente artificial.
Essa pessoa não pertence ao nosso mundo nem ao de Scottie. Foi inventada pelo criminoso contando com o problema de agorofobia do detetive aposentado para ele ser a testemunha perfeita.
Acabaram de se conhecer formalmente, mas entende-se toda a afeição dele por ela. Apaixonou-se pela mulher que profissionalmente perseguia.
Para retomar o relacionamento escolhe um vestido lilás. Lilás é uma cor associada à morte, usada nas mortalhas que envolviam os cadáveres.
Pode ser compreendida como a amada que regressou da morte. Mas ela não é Madeleine, agora é Judy.
Ao se sujeitar a ser remodelada, Judy usa marrom. Marrom, usada pelos abnegados e humildes franciscanos.
Vestindo o tailleur cinza novamente não só corre o risco de ser descoberta, mas de deixar de ser quem ela realmente é. Aceitará o risco de se anular talvez como prova de que também goste dele.
Parece ainda o figurino do primeiro encontro, mas sem o verde. Scotty descobre a verdade e não a enxerga mais do mesmo jeito
Fica claro pelo luto que a segunda queda é fatal para o objeto de desejo dele. A mulher que viveu apenas para ele.
Um Corpo Que Cai já foi estudado e analisado inúmeras vezes nestes anos todos. Quis (correndo o risco de poder parecer redundante) apenas compartilhar minhas observações da vez mais recente que o revi.
Em Psicose (Psycho, 1960), também de Hitchcock, pode ser observado um jogo com os tons das lingeries da Janet Leigh, mesmo tendo sido fotografado em branco e preto. Veja clicando aqui.
[Ouvindo: Moonglow And Love Theme - George Duning]
Oi, Miguel! Que post ótimo. O último que revi do Alfredinho foi "Os Pássaros", fiz uma análise para a aula da pós, inclusive te citei no meu trabalho no post que tu fez sobre o teste de maquiagem da Tippi Hedren. O bom mesmo era que o Tio Hicth era assim, cheio de dedinhos para fazer seus filmes. Beijo grande!
ResponderExcluirMiguel, que DELÍCIA de post!!! ADOREI! Vou rever Vertigo em sua homenagem no próximo final de semana.
ResponderExcluirAbração!
Peny, olha que honra!!!
ResponderExcluirE o bom é tudo isso tanto faz. os filmes são ótimos de qualquer jeito. :D
Também revi Os Pássaros não faz muito tempo. Ultimamente ando aguado para voltar a Rear Window.
Moacir, opa! Já valeu o post pela vontade de rever esse filme.
Que interessante, Miguel! Li duas vezes e provavelmente lerei mais uma. Estudando mesmo...
ResponderExcluirLetícia, reveja o filme assim que puder. São absurdos seus detalhes.
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