Malícia: Brazilian vixens

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No mundão sem fim de dramaturgia que é a TV do Brasil, nem tudo é água de batata. O seriado Malícia, exibido às quartas, 23h30 horas no canal pago Multishow é um exemplo.

Involuntariamente cômico, coloca as ex BBBs Fran e Priscilla (e outras duas tão esquisitas quanto desconhecidas)num tipo de road movie da pobreza. Cada episódio tem um fiapo de história que vai desembocar nas moças ralando coco.

Calma aí! A parte mais engraçada é justamente essa. É tudo muito falso, inclusive o esforço delas em parecerem sedutoras e ou assanhas.

Quem chama estas comédias brasileiras atuais de pornochanchada não sabe o que diz. Malícia (com a letra “eme” lembrando a da finada loja Mappin!) sim, é um legítimo herdeiro dos filmes feitos na Boca do Lixo paulistana nos anos 70.

O principal (único?) atrativo (a sacanagem das participantes de reality show) é conversinha pra boi dormir. Literal regulação de mixaria.

Coproduzido entre a emissora e a Conspiração Filmes, tem a esperteza de empregar linguagem documental com câmera balançando, cenas curtas, luz natural. Empregam de forma nada sutil um dos inteligentes macetes de Russ Meyer.

Como o diretor de Faster, Pussycat! Kill! Kill! (1965) e Mondo Topless (1966) trabalhava com stripers sem talento dramático algum, dava a elas poucas frases de texto, que era filmado aos poucos. Assim criou sem querer um estilo de edição que ficaria mais conhecido com a popularização dos videoclipes a partir dos anos 80.

É engraçado, tosco, fora da estética convencional. Não que eu vá lembrar de assistir a mais um episódio amanhã, mas se estiver zapeando e me deparar, vou parar.

Veja também:
Quando o cinema tinha mais peito


[Ouvindo: Malayan Nightbird - Warren Barker]

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