Proletariado do vodu

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Que dominar o mundo o quê? O vilão de Epidemia de Zumbis (Plague of Zombies, 1966) tem intenções bem claras para seu exército de mortos viventes: Ficar ainda mais rico!

Com máscara cool, utiliza a milenar arte do vodu para dar vida a mortos, e assim, conseguir funcionários a custo zero. Ganancioso, ser um herdeiro bom vivant que passa o tempo caçando raposas não lhe basta!

O filme da produtora Hammer se antecipou não só à temática zumbi (George Romero só faria o seu dois anos depois), como toca em preocupações ecológicas antes disso ser moda. Há ainda uma quase sequencia de defloramento, com os machistas caçadores de raposas atrás de uma garota.

E claro, o principal! Usar zumbis como metáfora para a exploração do suor do trabalhador por via de seitas, religiões e similares. Coisa nada atual, não?

Poucos dão bola pra essa produção, muitos nunca ouviram falar nela. Aliás, nem a própria Hammer deu muita peteca.

Mandaram John Gilling o dirigir a toque de caixa ao mesmo tempo em que ele mesmo comandava A Mulher Serpente (The Reptile). Isso explica o fato dos dois filmes terem os mesmos cenários e boa parte do elenco.

Para piorar o descaso, na época foi distribuída na Inglaterra, sua terra natal, como sessão bônus de Drácula, Príncipe das Trevas (Dracula: Prince of Darkness). Estratégia de marketing para alavancar uma película mais famosa, no caso, o segundo do estúdio com o Conde da Transilvânia.

Velho recurso de Hollywood para fazer valer o ingresso, e que gerou a expressão “Filme B”. Clique aqui para assistir ao trailer original, que ainda por cima oferecia brindes bizarros à plateia.

Injusto! História inteligente muito bem contada, com classe, apuro técnico e o vermelho berrante costumeiros de Hammer Films.

No Brasil ele foi lançado em DVD pela London Films (Works/Drak Side) há algum tempinho. Imagem ruim, mas cópia intacta, com a tenebrosa cena do ataque zumbi no cemitério, cortada em muitos países!

[Ouvindo: Un Amor Inolvidable – Monna Bell]

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