Entrevistado para o Comércio de Jahu (e traduzido por Diego Camara) Gene Simmons, vocalista e baterista do Kiss, se saiu com ironia aos ao ser perguntado sobre se a maquiagem deles era mesmo chupada dos Secos e Molhados.
"Conheço essa lenda. Já ouvimos falar dessa história. Não é verdade. Muitas pessoas acreditam nisso, mas também há muitas pessoas que acreditam em discos voadores, não?" Obviamente que se fosse o contrário, já estaria algum senhor engravatado metendo processo no Secos e Molhados... Duvida?
A pergunta do repórter também não é lá essas coisas, já que não era o grupo que estava no México. No post do La Dolce Vita sobre o Secos e Molhados há um comentário bem explicativo que peço licença ao Pasini, seu autor, pra reproduzir agora:
“Miguel, esse episódio sobre o Kiss ter se "inspirado" nos "Secos" é absolutamente verdadeiro, confirmadíssimo pelo empresário da banda brasileira na época, que testemunhou o convite feito a Ney. Era jan/1974, o grupo "S&M" se apresentava na cidade do México conseguindo estrondosa repercussão. Assistido por um grupo de empresários americanos, interessados em levar Ney pros EUA, um deles, fascinado pela performance do vocalista, perguntou de onde ele havia tirado inspiração para aquele visual, com o rosto totalmente branco com desenhos pretos, e aquelas amarras na cabeça. Ney respondeu que se inspirou no milenar teatro japonês kabuki. O gringo ficou admirado com esta proposta louca de misturar kabuki com rock, realmente inédito, até então. Mas Ney respondeu um sonoro NÃO, quando o empresário lhe propôs que cantasse um "som mais pesado" e inglês, é claro. O Kiss, a banda de Detroit, já existia, mas sem sucesso algum, sem disco gravado, inclusive. Quase um ano depois, o Kiss surgia com a famigerada maquiagem, idêntica a que Ney apresentou nos shows no México, explodindo finalmente no mundo inteiro.”
Então, Chuchu! Pode ser verdade sim e os caras do Kiss nem tomaram conhecimento disso. Os coitados foram mandados pintar a cara da mesma forma, obedeceram pianinho, se encheram de dinheiro e ponto!
A audácia fica por conta de uma banda neste estágio da carreira, aproveitar a glória do passado pra vir pra cá ganhar uns trocos e ainda fazer a linha “Humpf! Sou mega star internacional!”. E isso está ficando cada vez mais comum no Brasil agora que o MP3 coloca todo o velho jogo do marketing das gravadoras no chão! Na chón!
Apostam na falta de informação (chame como quiser) do público de países pobres pra compensar o declínio da carreira e vendagens de disco. Até A-Ha saiu da tumba nessa terra de revivais eternos!
Decadence avec elegance. Não tinha dito isso quando veio Madonna e o The Mamas & The Papas fez show em Buri? Leia aqui.
UPDATE 02/04/09- Cris Carriconde deixou um link nos cometários para o blog do Emílio, que aliás, enviou-me um e-mail esclarecendo ainda mais a história. Cheio de detalhes pra deixar bem claro que o Kiss não imitou o Secos & Molhados. vai lá!
[Ouvindo: Por Mi Camino – Iguanas]
Tô falãno... O Brasil é a churrascaria do mundo.
ResponderExcluirE, ó, isso já acontecia há séculos. Eu lembro quando o Frank Sinatra veio aqui, em 1980. Ele esqueceu letra, se comportou como se estivesse fazendo um showzinho numa cidade qualquer do meio-oeste americano.
Acho, sinceramente, que a gente merece.
Acho bem interessante um estudo sobre o tema feito pelo jornalista Emílio Pacheco. Pra por mais lenha na fogueira sugiro a leitura :)
ResponderExcluirhttp://emiliopacheco.blogspot.com/2006/03/secos-molhados-e-kiss-fim-de-polmica.html
Letícia, a gente merece mais mas paga por menos.
ResponderExcluirSó tende a piorar, já que pra ganhar dinheiro agora precisam fazer shows em qualquer bimboca!
Cris, valeu a dica, vou lá ler! Abraços!