Quem é quem na morte de ELIS?

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Um ano depois, a polícia paulista se diz mais perto da verdade


PARA a polícia paulista, em especial os agentes da Divisão de Entorpecentes, prender o fornecedor da droga que matou Elis Regina passou a ser uma questão de honra. Mas - eis o mistério - o principal suspeito da lista (que inclusive já foi preso em flagrante, em São Paulo, por porte de cocaína) nunca foi ouvido pelo doutor Geraldo Branco de Camargo, titular da 4ª Delegacia de Polícia e quem preside o inquérito.

A decisão de arquivar o processo foi do juiz da 1.ª Vara Auxiliar do Júri, Antônio Filardi Luiz, depois de parecer do promotor Pedro Franco de Campos: "Não há prova de indução, instigação ou auxílio ao suicídio; mesmo porque não só pode falar com segurança em suicídio.“

E, além da pergunta ainda sem resposta sobre quem teria fornecido a droga, resta ainda outra - também não respondida -, sobre quem teria arrumado o quarto onde foi encontrado o corpo. Na verdade, para um caso de morte suspeita, o cadáver foi liberado mais rapidamente do que o normal. Há, ainda, uma terceira indagação: por que os exames de perícia no apartamento de Elis - se é que foram feitos ­não foram divulgados?

Sabe-se pouco ou quase nada (a polícia pode, também, estar despistando, até este momento) sobre o assunto. Sabe-se que há um listão com os nomes de muitos suspeitos, inclusive o de um letrista da MPB, que esteve no local na noite anterior à ocorrência. Segundo um policial, ele teria ligações com o grupo do traficante Alcione Luís Pelegrino, bastante conhecido no eixo Rio-São Paulo. Mas os verbos todos estão no condicional. Pelo menos por enquanto.

Júlio Saraiva - Revista Manchete Ed. 1.607 Página 22 - 5 de Fevereiro de 1983


História tão obscura que até aqui não tinha ouvido falar. Aliás, tinha mas achei que fosse coisa da cabeça da Rita Lee, já que foi a única pessoa que vi comentando o caso numa entrevista.

Nem lembro a quem foi, e os envolvidos que me perdoem um possível equívoco, mas lembro de Lee falando achar que tinha dente de coelho nisso.

Disse que na época da ditadura braba, quando foi presa porque plantaram drogas em sua casa, Elis Regina foi até a delegacia e acabou dando barraco com um japonês de plantão. Mais tarde, este mesmo cara dava entrevistas na TV como legista no caso da morte da cantora.

Clique na imagem para o texto original em tamanho maior.

Veja também:
O Crime que abalou Hollywood



[Ouvindo: Too Hot Ta Trot – The Commodores]

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14Comentários

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  1. Hummm..., deixa ver. Eu acho que cai bem, toda vez que alguma figura querida morre nessas circunstâncias, que se faça um porém básico na mídia. Pra dar uma limpada na barra do indivíduo.

    Mas, pelo que já li de Hélice, não era de todo absurdo que, se algum agente da ditadura tivesse porventura plantado alguma droga em sua casa, ela não a cheiraria do início ao fim.

    Também não me ocorre qual culpa poderia ter tido um traficante dublê de letrista em levar a coisa até ela. Até onde sei, cocaína não tem amostra grátis, campanhas promocionais ou vendedor de porta em porta.

    Portanto...

    (e me desculpem os fãs. É que nunca fui com a cara dela)

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  2. Letícia, eu amo a Elis! :D

    Mas achei essa matéria toda confusa, aliás, confusa demais, para o assunto estar morte e enterrado.

    Não lembro dela viva. Mas olha, concordo quanto ao lance do letrista...

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  3. Não tenho boa lembrança dela, não, Miguel. Sempre a achei meio rainha da Samotrácia, desaforada à toa, cheia de si. Isso era só impressão pessoal antes de ler biografias que se cruzam com histórias dela. Aí, então...

    Mas pode ser também o fato de eu ter me afogado na Barra bem no dia seguinte à sua morte. Hirc, hirc, hirc!!!

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  4. Letícia, mas o talento estupendo dela não supera qualquer coisa?

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  5. Aí é que minha antipatia por ela entra de sola, meu querido...

    Xá pralá.

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  6. Eu amo a Elis e não só por ela ser, pois pra mim ela continua sendo, a melhor cantora que o Brasil já teve, mas pela pessoa maravilhosa que ela foi: verdadeira, personalidade forte, uma guerreira, inteligentíssima, irreverente, bem humorada carismática, enfim, fascinante!!!!!
    Sua morte foi um acidente, ela não soube lidar com aquilo que era novo pra ela e atire a primeira pedra quem não cometeu erros nessa vida !!!!Nada do que disserem contra a Diva Maior Elis Regina Carvalho Costa vai impedi-la de brilhar nos corações do fãs e de todos que conheceram a maravilhosa Elis !!!!Te amo Elis minha Eterna Diva!!!! Seu talento, seu brilho, seu fascínio é incontestável!!!!!

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  7. Stergabriel, com certeza ela é a maior. Gosto muito também.

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  8. Tem alguma coisa errada ou distorcida no post. O legista da Elis Regina foi Harry Shibata, que era diretor do IML de São Paulo à época, o mesmo que anos antes assinou o laudo de Vladimir Herzog ('suicídio'...)

    Quando Rita foi presa, a Elis não pode ter batido boca com o Shibata na delegacia. Ele não era policial, era médico, não dava plantão em delegacia.
    Foi com outro japa.

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  9. Refer, mas em nenhum momento eu disse que ele era policial, mas sim que o tal japonês estava lá, de plantão fazendo não sei o quê. Acho que está claro que escrevi do que me recordo.

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  10. Shibata foi o legista que disse que o Herzog tinha suicidado.O namorado da Elis (Samuel) foi um dos advogados que condenaram o Estado pela morte do jornalista.

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  11. Ademar, obrigado por adicionar as informações.

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  12. A Elis era neófita no quesito droga.Ela misturou com a bebida e tomou.Quanto ao seu temperamento,até parece que o ser humano é bonzinho.Quanto ao seu talento, é a cantora mais completa que conheço.

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  13. Elis foi morta pela hipocrisia e maldade humana, um homem dificil como o Boscoli, o abandono, o sistema militar opressor ditatorial e ameaçador, e como consequencua pior o Henfil nao foi nada gentil e massacrou Elis ate onde pôde, um falso hopocrita que depois ainda pega carona nas costas dela pra fazer sucesso, enfim perdemos a melhor cantora por conta destes mas pra mim o Henfil foi o mais cruel de todos com a critica dele.

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