Grace Kelly: trágico fim da vida gloriosa

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"A dor maior, porém, coube aos Grimaldi, de Mônaco, pela morte da princesa Grace.

Plebéia, ex-atriz de Hollywood mas "princesa desde o dia em que nasceu", na galante homenagem de Frank Sinatra, ela morreu aos 52 anos, ainda bela, na estrada da Côte d'Azur que percorrera num carro esporte com Cary Grant em Ladrão de Casaca, depois que seu Rover mergulhou num barranco. O acidente fraturou uma vértebra e abalou os nervos da filha Stéphanie, que estava no carro. Nos funerais de Grace estiveram vários representantes da realeza que faltou a seu casamento, em 1956..."

Retirado da revista Veja de dezembro de 1982. Coluna gente especial de fim de ano, mostrando as alegrias e tristezas das realezas mundiais daquele ano.

Como toda tragédia envolvendo uma mega celebridade, imediatamente correram os mais variados boatos. A começar pelo corpo de Grace Kelly ter sido encontrado no banco de trás, o que gerou comentários de que quem estaria ao volante era a filha Stephanie, então com 17 anos.

O primeiro médico a atender a ocorrência (Dr. Jean Duplay do hospital Pasteur) negou, explicando que a princesa “parece ter tido um pequeno derrame ao volante”, e que a posição do corpo se justifica pela queda do veículo. Conhecido amigo da família Grimaldi, suas declarações serviram para muitos como provas da “operação abafa” para poupar a garota de ser acusada da morte da mãe.

Outra estranha coincidência foi o local do acidente, as curvas da Riviera Francesa. Mesma estrada em que a futura princesa de Mônaco aparece dirigindo loucamente no filme Ladrão de Casaca (To Catch a Thief, 1955) de Alfred Hitchcock.

Foi durante as filmagens em locação (as raras que Hitchcock já filmou) do longa que a atriz conheceu o marido, príncipe Rainier. Alta Sociedade (High Society, 1956) acabou sendo seu derradeiro, abandonando imediatamente Hollywood para se dedicar à vida real.

Uma de suas últimas entrevistas como estrela cinematográfica foi justamente à correspondente brasileira Dulce Damasceno de Britto. Perguntada quanto a se sentirá falta dos holofotes glamorizantes da meca do cinema foi enfática: “Não. Da mesma forma que me dediquei à profissão artística quando solteira, pretendo dedicar-me de corpo e alma aos deveres sociais e do Estado, como princesa de Mônaco, posição que assumo com verdadeiro amor.”

O que ela mais apreciava na personalidade do príncipe (Reconhecidamente um homem feio e sem graça)? “Seu senso de humor e romantismo.”

Em 12 de setembro de 1982, o desfecho trágico de sua história ajudou a perpetuar sua imagem como ícone da elegância e beleza. Além de seu nome servir para batizar milhares de garotas, como a funkeira barra pesada que o Google dá como sugestão de busca ao se procurar imagens da princesa.

A imagem do casamento é um oferecimento June Cleaver After a Six

Veja também:
A dureza de ser uma loira de Hitchcock



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13Comentários

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  1. Bem, há controvérsias sobre se o príncipe Rainier era sem graça, né, Miguel? Eu, por exemplo, não acho. Talvez seu único defeito fosse ser baixinho, numa natural comparação com os altões de Hollywood.

    Mas imagino, pela pinta, que deva ter sido um casamento feliz. Grace Kelly aprendeu os modos da nobreza - o que é um tequinho mais difícil do que ser uma boa moça americana - e Rainier embolsou a grana, que foi superbem-vinda num principado em plena pindaíba.

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  2. Belo resgate de reportagem, Miguel!

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  3. Letícia, pra Grace Kelly? A mulher que esteve nos braços até de Clark Gabor?

    Era sem graça mesmo! Mas também boto fé na união.

    Alan, obrigado!

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  4. Miguel, permita-me uma pequena correção, Grace levou o Oscar por Amar é Sofrer.

    Lembro do lançamento da uma biografia (dessas bombásticas) que gerou até uma grande matéria da SET, em que dizia que a Princesa tinha uma apetite sexual dos mais falados e provados de Hollywood.

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  5. Glauco, obrigado. Não sei de onde tirei isso. Corrigido!

    Sempre li muitas histórias de alcova envolvendo Grace Kelly também! Se tudo for verdade, UAU!

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  6. Quem sabe?!? Uma coisa é fato, ela foi a Trace Lords dos anos 50, rsrs.

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  7. Glauco, mas preservou a aura de santa!

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  8. Esse tal de Clark Gabor deve ser o Clark Gable, né não???

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  9. Miguel, seria Clark Gabor o filho bastardo de Clark Gable com Zsa-Zsa Gabor?

    Brincadeirinha!

    Mas, ó, ela pagou bem pago seu passado condenatório (mas será que em Mônaco se ligava pra isso?).

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  10. Letícia, nossa! rs

    Olha, desse texto da Veja dá pra entender que eles forma muito mais no velório do que no casamento.

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  11. Ah, sim. Um dia a realeza acaba aceitando certas realidades... Se até Buckingham se fulanizou...

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  12. Leticia, acuados, pobrezinhos... Hahahaha

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