Filmes B trilhas sonoras A

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Se com atores em final de carreira é natural aparecerem em filmes de baixo orçamento, para emprestarem certa dignidade a projetos esdrúxulos, e, claro, trabalharem, o mesmo não se aplica necessariamente a compositores. É possível ouvir a partitura dos mais renomados músicos em toda sorte de produção.

Isso porque, estúdios de Hollywood dificilmente usavam seus astros de primeira linha em filmes de horror e fantasia, considerados menores, mas compositores contratados estavam à disposição para o que desse e viesse, muitas vezes apenas com trabalhos antigos reciclados por terceiros. Mischa Bakaleinikoff era especialista nisso, reaproveitava acordes do acervo da Columbia para filmes de monstro, e posteriormente foi criando sua obra como em O Monstro do Mar Revolto (It Came from Beneath the Sea, 1955).

Célebre, Bernard Herrmann é o festejado compositor de Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941) e seu nome é associado ao do mestre Alfred Hitchcock. Aparece também nos créditos de Jasão e O Velo de Ouro (Jason and the Argonauts, 1963), O Círculo do Medo (Cape Fear, 1962) e no inacreditável Nasce Um Monstro (Its Alive, 1974), aquele onde o bebê já nasce apavorando todos à sua volta.

Ennio Morricone aparece narrando musicalmente obras primas como Era Uma Vez no Oeste (C'era una volta il West, 68) mas dezenas de bang-bangs espaguete e gialos de gosto duvidoso, embora deliciosos. Fez parceria artística com conterrâneos famosos como Mario Bava, Dario Argento a Sergio Leone, mas com outros absolutamente obscuros até ganhar o carimbo de cult ao ter trabalhos clássico reaproveitado por Tarantino.

Habitual freqüentador da entrega do Oscar (indicado 13 vezes, ganhou 4), Henry Mancini pode ser considerado o mais versátil de todos. Compositor típico das comédias leves de Blake Edwards, será eternamente lembrado pelas trilha de Bonequinha de Luxo (Breakfast at Tiffany's, 1962), O Passo do elefantinho de Hatari! (62) E "The Pink Panther Theme".

Fez-se presente de forma marcante na era dos monstros radioativos da década de 50. A grandiosa música de Tarântula (Tarantula, 55) serviu de base para quase todas as outras películas que pretendiam assustar.

No blog Universal Horror Sounds você pode conhecer esta trilha, e clicando aqui, confere a capa da fotonovela usando frames de Tarântula lançada no Brasil naquela época. Prova incontestável do sucesso do filme risível para os padrões de hoje.

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