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Inácio por Inácio

Se pá, Inácio Araújo é o melhor crítico cultural do Brasil. De cinema não há dúvidas quanto a isso.

Mesmo pro filme mais chinfrim, Inácio sempre vale a pena. Triste que não escreva muitos livros, ou que a Publifolha, que lança tanta coisa desnecessária, ainda não tenha uma compilação de seus textos, a exemplo das 1001 Noites no Cinema da Pauline Kael.

Antes, atacou de editor cinematográfico. Pelo menos em A Noite do Desejo (73 de Fauzi Mansur) demonstrou competência idem. Dali a dirigir seu primeiro filme pareceu um caminho evidente.

Descreveu muito bem (pra variar) a experiência e sobre a si em seu primeiro livro, “Alfred Hitchcock” de 1982:

“As biografias, sobretudo as nossas, se escrevem para contar vantagem. No caso, temo não chegar a esse desígnio. Não quero parecer orgulhosamente modesto: nasci em 1948 e de lá para cá não me lembro de ter feito nada verdadeiramente excepcional. Abandonei um curso de Ciências Sociais na USP para ser jornalista no Jornal da Tarde, SP, larguei o jornal para ser montador de cinema, esqueci a montagem para viajar. Voltando de viagem fui assistente de direção e escrevi roteiros de filmes de longa metragem (o mais bem sucedido até hoje chama-se "Amor, Palavra Prostituta"). Escrevi, dirigi e montei um episódio do filme "As Safadas" que alguns críticos chamaram de "pornochanchada" (um gênero? uma reprimenda?) mesmo sem tê-lo visto.

O futuro, é evidente, às vezes me dá medo.”


[Ouvindo: Brazilian Nocturne – Charles Magnante]

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