De vergonhosa deselegância, alimentou a imprensa por décadas a fio contando com quem tinha ido pra cama. Todas claro, divas hollywoodianas, a quilômetros de distância ou já falecidas para poderem se defender. Gabava-se de ter tanto dinheiro a ponto de nunca precisar trabalhar, e esse dinheiro não serviu para aprender uma regra básica da educação: nunca abrir o bico sobre histórias de alcova. E mais! Tantas aventuras e só foi ter filhos ou casar justo com as mais desconhecidas das mulheres do planeta!
Vêem-se fotos onde aparece ao lado de celebridades, mas a presença dele é quase sempre como típico fã. Sempre está obviamente no papel de cicerone das famosas, como realmente foi por causa do Hotel Copacabana. Daí a poder relatar possíveis intimidades...
Teve a cara de pau de revelar ter sido amante de Rita Hayworth por meses, embora entre as poucas imagens deles juntos está a que ilustra este post, num carnaval, bem de papagaio de pirata. Nem tão pouco foi citado em qualquer biografia a respeito da eterna Gilda.Mais duvidoso é seu affair com Marilyn Monroe. Nenhum biógrafo aponta qualquer relação dela com algum magnata brasileiro, nem retratos que apontem a mínima divisão de ambientes, fora, óbvio, os imaginativos relatos do senhor Guinle.
Certa vez um sujeito tirou uma foto ao lado de Marilyn durante as filmagens em locação de Torrentes de Paixão (Niagara, 1953). Foi o suficiente para após sua morte ocupar bastante espaço na imprensa americana se dizendo ser seu secreto 4º marido. Perto disso, as diabruras do brasileiro parecem inofensivas, mas não deixam de ser constrangedoras.
Em seu livro Hollywood Nua e Crua, a correspondente Dulce Damasceno de Brito, a única do Brasil a viver em Hollywood nos anos dourados, comenta o romance de Jayne Mansfield com um brasileiro, o paulista Nelson Sardelli. E só!Sem qualquer outro tipo de registro além da retórica do próprio, Jorge Guinle fica sobretudo como mais um bon vivant de pouca elegância e/ou prodigiosa imaginação.
Nossa! Lavou, hein, Miguel! Isso é que é produção cultural.
ResponderExcluirNunca tinha pensado o bastante sobre o assunto, e agora tenho opinião formadíssima, graças a você!: Guinle era um jerereca de terceiro mundo.
ELE VIAJAVA NA MAIONESE E NA MEGALOMANIA, HEIN? E ELE É O AVÔ DA GUILHERMINA? RSSSSS.
ResponderExcluir"Se me oferecessem 1 bilhão de dólares para trabalhar das 9 da manhã às 10 da noite, eu preferiria ficar pobre."
ResponderExcluir(Jorginho Guinle)
"Há homens que fundam empresas para faturar dinheiro. Preferi faturar mulheres e não foi necessário fundar uma sociedade anônima para isso.
ResponderExcluirTrabalhei como free lancer."
(Jorginho Guinle)
"O melhor momento das pessoas é quando elas estão subindo ou descendo. No topo do mundo, todos nós ficamos chatos."
ResponderExcluir(Jorginho Guinle)
Ele dizia que tinha faturado a Marilyn quando ela "trabalhava" numa casa de reputação duvidosa.
ResponderExcluirPouca elegância e péssimo gosto quando o assunto era casamento: por último, já caquético, pegou uma secretariazinha suburbana 70 anos mais nova, que torrou a grana dele em coleções de Chanel e era a típica caipira deslumbrada. Você pode tirar a mulé do subúrbio, mas o subúrbio você não tira da mulé. Nem com Chanel.
Bom texto Miguel. Há pessoas que têm brilho e acabam bem sucedidas pelo talento e trabalho. Essa "figura", na ausência desses atributos, conseguiu atingir seu status (diga-se, de vagabundo) às custas de mentiras plantadas sob os holofotes da imprensa marrom. E a cariocada (nem toda) aplaude de pé...Porisso continuam na lama, pois cultuam ícones caídos e sem originalidade, totalmente descolados da realidade do Brasil...Zero para esse senhor, dez para o seu texto.
ResponderExcluirLetícia, minha vida inteira, desde que comecei a abrir os olhinhos este Jorginho me chamava a atenção. E sempre procurei referências à existência dele fora das revistas brasileiras e nada!
ResponderExcluirMarcus, o pior é que a imprensa comprava as viagens na maionese dele. Nunca entendi o parentesco dele. É avô? Quem sabe?
Jôka P. Hehehe e vc ama o luso fusco! Celebritys! Celebritys! Heheheh
Tia Cris, antes de Hollywood Marilyn nunca trabalhou em lugares assim. Ela trabalhou numa empresa de aviões durante a guerra, um fotógrafo foi lá para tirar fotos do esforço americano onde até as mulheres era úteis e ficou encantado. De resultado aquela foto famosa do fundo vermelho. Antes de entrar para o cinema ela já era a modelo com maior número de capas em revistas.
Nossa, nem esfregando Channel com bombril ela poderia a moça poderia ficar menos jeca. E bem feito pra ele. Quer pagar de molecão, deu nisso!
Anônimo, não acho que isso seja coisa de nenhum tipo de "cariocagem". É típico de brasileiro ou países subdesenvolvidos. Pra ficar famoso e adorado pela plena não precisa de nada. Além de dinheiro. Pode ser pq a escravidão foi abolida a relativo pouco tempo. Bajular os senhores da casa grande sempre rendeu muito. Talvez uma noite fora da senzala.
Jorginho Guinle era pai de Guilhermina e do artista plástico Jorge Guinle (tinha o mesmo nome do pai), excelente pintor abstrato, bonito, educado e muitíssimo querido - que morreu de aids há alguns anos, deixando um amigo viúvo e muitas saudades.
ResponderExcluirNa minha opinião, Jorginho Guinle foi um homem muito extremamente gentil, que nunca ofendeu ninguém e que até onde eu saiba, não deixou inimigos, muito pelo contrário. Viveu uma vida maravilhosa (teve defeitos, mas quem não os tem?) em uma Copacabana glamurosa de áureos tempos. Promoveu festas inesquecíveis e projetou o Rio de Janeiro internacionalente. Planejou que teria grana para a vida inteira, mas passou da conta nos gastos e errou o cálculo. Morreu pobre, mas em uma suíte suntuosa do Hotel Copacabana Palace, a poucos metros do meu quarto. Morreu como viveu, com glamour. Na hora em que recebi a notícia chorei convulsivamente durante uma hora. Depois tomei um comprimido e caminhei sozinho pela praia, até o diazepan fazer efeito.
Na verdade não lamentei exatamente a morte desse senhor, que nem era meu amigo pessoal (foi amigo de meu pai) mas o fim de uma época maravilhosa, que eu sempre admirei e óbviamente não vivi. E garanto que isso não tem nada de "carioquice", como afirmou o anônimo aqui acima.
Dizer uma coisa boba assim no anonimato só prova o quanto esse sujeito é invejoso e pobre... de espírito, pelo menos.
Desculpe o desabafo, Miguel. Mas aqui é um espaço democrático, adoro o seu blog e tenho muita consideração por você. Por isso não poderia deixar de dar a minha opinião.
Passou.
um grande abraço,
Jôka
Miguel Andrade, voltei pra retificar. A filha de Jorginho é a Georgiana Guinle.
ResponderExcluirA Guilhermina é aquela atriz, não é ? Não é filha, nem sei se é parenta.
Troquei as bolas.
Gd abç !
Obrigado, Kris !
ResponderExcluir;)
ResponderExcluirJôka P. claro! Fique à vontade para se expressar. Eu nem entrei nesses méritos pessoais, o que realmente tiraria o foco do post. Foi mesmo o fim de uma era com sua morte, com pontos positivos e negativos. Mas acredito que o Rio tenha muito mais coisas bacanas a serem projetadas lá fora. Ele sempre pareceu alguém tomando proveito próprio da situação a qual seus recursos financeiros (que não caíram do céu, dependeram do suor de muito trabalhador!) lhe proporcionavam, e todo mundo babando como se fosse grande coisa. Além das atitudes horrorosas já citadas no post. Acho que até o Cristo Redentor foi muito mais útil para promover de forma digna não só uma cidade mas um país. Mas enfim...
ResponderExcluirKristal, verdade! Georgiana é aquela gordinha, a filha, que agora virou crente. A atriz só é da família. Diz o IMDB ser filha de Rosa May Sampaio e Luiz Eduardo Guinle.
Miguel, o Jorginho Guinle era uma espécie de Narcisa Tamboridegui daquela época. Arroz de festa mais conhecido que Glória Maria nos dias de hoje. Nada além disso e elegância era, certamente, uma qualidade que ele não conhecia. Só tinha a grana e o sobrenome para abrir-lhe as portas dos "golden rooms" da vida.
ResponderExcluirAbraços
Nivaldo, pois é! E a imprensa (como sempre, aliás)engolia facinho de tudo!
ResponderExcluir...ET vivre Jorginho Guinle !!!
ResponderExcluirA mim tb marca ´doce época que não volta mais....Um Bon Vivant tão inocente pros dias de hj ... não existe mais essa época.. uma lastima...
ResponderExcluirAn Godoy, não tenho uma visão tão inocente assim dele, como escrevi no post. Mas da época, me parece ter sido realmente doce. Embora ame estar em 2009 e todos os avanços e retrocessos conseguidos em muitas áreas.
ResponderExcluirBobagem! O que caracteriza o playboy é justamente o contar para todo mundo. Se aconteceu mesmo na verdade não importa. É até bem provável que não tenha havido nada entre eles e essas mulheres.
ResponderExcluirJosé Antonio, o que não deixa de ser uma coisa deselegante.
ResponderExcluirolhai o pessoal guinle e gente super boa .são historia recente da nossa cidade fazem parte da cultura pop carioca .as realizaço~es desse pessoal são sempre do maior bom gosto .vejam o jorginho pelo o outro lado e vão ver que ate era modesto perto do agha kahn ou do randolf hearst .
ResponderExcluirAnônimo, eu já disse que falar das mulheres com que saiu não é nada elegante.
ResponderExcluirFalem mal mas falem desse homem, que foi o maior play boy do seu tempo, viveu a mil, curtiu adoidado, teve a mulher que quiz, circulou em todas,já não se faz mais um bomvivant como ele, prá que trabalhar? Uma de suas mulheres contou que quando viajavam para o exterior iam carregados de pacotes de $$$$,eram up to date, atolados na luxuria, glamour, um mundo irreal, mas que ele sabia administrar... Para um gentleman como ele a morte não tinha lugar na sua vida, ele mesmo dzia que viveu demais, e dizem que sua passagem para o lado de lá foi abreviada...
ResponderExcluiruiza, preguiça danada dessa ostentação de fortuna... Ronc!
ResponderExcluirE mais, se ele pode levar essa vida, é porque alguns (ou muitos) pobres coitados ralaram pra burro. Ainda bem que bons vivants assim estão mortos e enterrados no século passado!
Uma coisa certa, o cara éra bilionário e dono do Copacabana Palace, o cara era ligeiro lançava essas idéias na mídia para ganhar uma certa notoriedade na época, e passava o rodo geral nas brasileiras. vai saber.
ResponderExcluirAnônimo, verdade! Sabia lidar bem com a mídia em épocas remotas.
ResponderExcluirQuem estah aí na midia é a Tania Caldas, que viveu com ele, parece que uns 4 anos, e aproveitou demais, viajens boa vida, griffe,etc. isso foi antes dela se casar com o Raul Cortez.Que tal uma entrevista com ela?
ResponderExcluirMaria Luiza, seria interessante. Até pra ajudar a revelar o que era real de imaginário dos jornais.
ResponderExcluirPrezado, efetuando pesquisas ainda que superficiais sobre o Jorge Guinle, encontrei que desde a década de 1940 ocupava as manchetes dos Estados Unidos por seus casos com mulheres famosas de Hollywood (vide Louella Parsons, que ao que me consta, ao contrário da citada autora brasileira sobre Hollywood, era A colunista de lá e deu a primeira página ao Jorginho, nos 40). Em contrapartida, a mídia brasileira contemporânea mal falava seu nome, a não ser nas pouco informativas listas da colunas sociais que então ainda começavam no país... É interessante olharmos tuas afirmativas, quando o que vimos as contradizem. Além da autora citada - que sabe por quais motivos se esquece de falar nele - existem outras?
ResponderExcluirDécadas de pesquisas, nenhuma palavra entre biógrafos sérios. 2016 e ainda tem quem defenda cafajeste "magnata". Zzzzzzz
ExcluirPS: mexericos da Louella na primeira página? Rsrsrs
Cara, se você nasceu ontem e acha que o mundo começou a partir desse dia é outra conversa. Mas "a mídia contemporânea" sempre deu bastante destaque a esse tiozinho deselegante.
Falar dele é muito fácil, mas admitam o cara é um mito , uma verdadeira lenda que soube aproveitar a vida.
ResponderExcluirIndependente de ter gasto uma fortuna , ele gastou oque lhe pertencia.