Truques da clássica Hollywood

Se é pra ser saudosista, que seja só das coisas puras, românticas, em questão de praticidade não podemos reclamar de nada! Esta cena doce, do não menos doce Escola de Sereias de 1944, por exemplo, só conseguiu toda a magia insuperável dos clássicos graças a soluções criativas. Nem me refiro ao incrível salto de Esther Williams, porque nadadora profissional transformada em estrela de cinema, é bem capaz que seja mesmo a própria! Pensou numa computação gráfica ali?

As imagens subaquáticas, belíssimas, provavelmente foram filmadas usando piscina com paredes de vidro, e na última, com Red Skelton, parece evidente o uso de um espelho, como Billy Wilder também fez em Crepúsculo dos Deuses, com William Holden afogado.

Mas, e essa maquiagem? Mesmo depois do mergulho continua intacta!

Max Factor, que praticamente criou a maquiagem feminina ao passar do balé real russo aos estúdios de Hollywood ainda na fase muda, não é o responsável. O maquiador recebeu os créditos pela criação do Pan-Cake, os lábios pierrot vistos pela primeira vez em Clara Bow, o platinado de Jean Harlow e centenas de outras coisas. Tantas coisas que mais tarde aproveitaria a fama no cinema para criar uma linha de cosméticos até hoje famosa, mas sua empresa inventaria a maquiagem à prova d’água apenas em 1971.

Portanto, Esther Williams, grande difusora do nado sincronizado, como qualquer outra que quisesse fazer piruetas marinhas, para continuar faceira tinha que se submeter após a maquiagem normal à aplicação de dezenas de camadas de laca numa espécie de envernizamento da cara!!! E nem quero pensar o resultado disso à pele, ainda mais submetida às luzes fortes dos refletores... Alguns sacrifícios valiam a pena em nome da arte.

[Ouvindo: Prova De Fogo – Wanderlea]