Bette Davis ganhou uma pagina inteirinha para si na edição de juho de 1939 da revista O Malho. Ano mágico de sua carreira, a mocinha dos melodramas da Warner conquistava o mundo.
Esteve nas telas com nada menos do que quatro filmes.
Incluindo Vitória Amarga (Dark Victory de Edmund Goulding) que lhe valeu uma
indicação ao Oscar e o alardeado desempenho favorito da estrela.
Mas o texto da revista não se referia a nenhuma
interpretação emblemática da maior atriz de Hollywood. Leia abaixo, preservando
a grafia da época (pra termos uma noção como a coisa é antiga pra valer).
"Bette Davis, Como Marlene Dietrich, é uma das estrellas cinematographicas que mais frequentemente se mostra na tela com um cigarro nos lábios.
Vemo-la sempre nessa atitude elegantíssima que é hoje tão comum nas mulheres de bom gosto e de bons meios, num tempo em que cigarro pôde ser considerado o indice de aristocracia espiritual.
Mas o curioso é que essa notável preferência não é apenas um recurso para agradar e attrahir "fans".
Entrevistada, ha pouco tempo, pela redactora de uma publicação novayorkina - senhora propensa, aliás, a condennar o delicioso prazer do fumo - Bette respondeu, sinceramente, singelamente, á pergunta que ella lhe fez sobre essa preferência:
- Fumo, porque fumar me dá prazer...
O cigarro, assim como Bette Davis tem duas faces bôas, duas úteis qualidades."
Isso mesmo! Uma ode ao cigarro! E nem é publicidade de alguma marca nem nada, mas elogios ao hábito de fumar.
Bette, maravilhosa, pertence a um outro tempo, um outro
mundo. Fez gêmeas duas vezes, geralmente em filmes e novelas o cigarro é usado
para distinguir qual é a má.
Em Uma Vida Roubada (A Stolen Life, 1945 de Curtis Bernhardt) ambas fumam. Em Alguém Morreu em Meu Lugar (Dead Ringer, 1964 de Paul Henreid) a gêmea rica parou de fumar porque isso fazia mal a sua cútis.
Adivinha qual
delas é a morta do título?
Aliás, Paul Henreid, o diretor deste último foi também seu
galã em A Estranha Passageira (Now, Voyager, 1942). Famoso pelo mocinho acender
dois cigarros ao mesmo tempo e depois dar um para ela.
A atitude virou mania entre os românticos da década de 40. Coisa
que os dois não podiam deixar de repetiram nos bastidores do filme 60’s. Para
alegria do departamento de marketing.
Um hábito de toda uma vida. Incrível que mesmo quando não
era um hábito condenável, como no final da década de 30, Bette Davis já era
referência ao tema entre atrizes de Hollywood.
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