O super elenco, referência aos filmes catástrofe 70’s, foi
logo descartado pela Warner, que não queria gastar mais do 60 milhões. E foi
esse também um dos motivos que fizeram desistir do stop motion, que Burton
havia resgato alguns anos antes em O Estranho Mundo de Jack (The Nightmare
Before Christmas, 1993 de Harry Selick).
A técnica clássica de animar bonequinhos quadro a quadro
seria o ideal levando em conta que uma das principais e óbvias citações é Invasão
de Discos Voadores (Earth vs. the Flying Saucers, 1956 de Fred F. Sears). A
ficção científica, que na época completava exatos 40 anos, contava com os
efeitos do mestre Ray Harryhausen, gênio da animação quadro a quadro.
Mas com marcianos animados manualmente o orçamento iria a
estratosféricos 100 milhões de dólares da época! Antes dessa conclusão, o
trabalho prosseguiu por cerca de seis meses num estúdio de animação em Burbank.
Foi nessa época que surgiram muitos conceitos que
posteriormente veríamos no filme de Tim Burton. Além do visual completo
tridimensional dos marcianos (inspirados nos cards 60’s da Topps), ainda sobrou
um pouco da soberba no imperador inspirado em Norma Desmond, papel de Gloria
Swanson em Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1950 de Billy Wilder).
Existe no YouTube (assista abaixo ou aqui) as gravações em VHS do
cotidiano dos animadores de Marte Ataca!. Os bonequinhos mesmo, modelados por Rob
Ronning, Barry Purves entre outros (equipe de O Estranho Mundo de Jack), aparecem
pouco na gravação amadora, mas é uma oportunidade rara de imaginar como teria
sido.
Fotografados diante uma parede azul que posteriormente seria
substituída pelas filmagens com os atores, o projeto apresentou claros
problemas de execução. Os personagens usam capacetes de vidro, o que obrigava
os animadores a removê-los e recoloca-los para conseguir os movimentos faciais.
Foi aí que se pensou no recurso digital que à época ainda
engatinhava, mas já era exibido em grandes sucessos de bilheteria com relativo
realismo. A princípio foi pedido apenas ajuda a Industrial, Light & Magic(ILM) para resolver o problema de mesclar o azul que se via atrás do capacete
de vidro com o filmado com pessoas.
Artistas da ILM se empolgaram com o projeto de Tim Burton. Estavam envolvidos na produção de Jumanji (1995 de Joe Johnston) e ficaram pensando como seria aplicar todos aqueles avanços de computação gráfica em personagens humanoides, até então, pouquíssimo tentado.
Artistas da ILM se empolgaram com o projeto de Tim Burton. Estavam envolvidos na produção de Jumanji (1995 de Joe Johnston) e ficaram pensando como seria aplicar todos aqueles avanços de computação gráfica em personagens humanoides, até então, pouquíssimo tentado.
O problema do capacete de vidro? É muito fácil simular vidro
em computação gráfica! Próximo passo foi convencer Tim Burton que já era
possível criar seus marcianos como se fosse stop motion utilizando CG, isso a
um custo bem mais baixo.
O principal teste para convencer o diretor foi este que você
assiste abaixo. Marcianos roubam o para-choque de um carro.
Todo o orçamento do filme ficou em 80 milhões de dólares,
sendo gastos mais 20 em publicidade. Ficou bem longe do sucesso esperado, mas
conquistou aura cult com o passar do tempo.
A velhinha dos filmes do Tim Burton
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