Dirigido por Cacá Diegues, o filme chegou ao cinema em 1996.
Betty Faria reclamando foi o menor dos problemas visto que o banco que apoiava
a produção faliu no meio do caminho, o que atrasou as filmagens dramaticamente, mas causou mais burburinho.
É claro que sem o tremendo sucesso da novela em 1989 o filme
não teria chamado tanta atenção, atraindo os melhores do Brasil em termos de
música, figurinos, fotografia, etc. Mesmo sendo um veículo diferente da televisão, Betty alegava
que as pessoas jamais deixarão de lembrar dela
como Tieta.
Em entrevista recente ao programa do Pedro Bial no canal GNT
(2016) a atriz relembrou que Zelia Gatai, esposa do autor foi quem disse que
Tieta era para ela, enquanto ele ainda finalizava o romance lá em 1977. “Daqui
a alguns anos você poderá ser ela” teria escutado, e assim foi, Betty correu
atrás dos direitos para televisão na década de 80.
Consta que Sonia Braga, rosto fortemente associado a Amado
por ter estrelado os grandes sucessos de bilheteria Dona Flor e Seus Dois
Maridos e Gabriela (1976 e 1983, ambos de Bruno Barreto), além de Gabriela como
novela em 1976, também foi atrás dos direitos da anti-heroína do agreste assim
que terminou de filmar Luar Sobre o Parador (Moon Over Parador, 1988 de Paul
Mazursky). Na época ela se relacionava com Robert Redford que aceitou bancar a
obra.
Só que no meio do caminho estreou a novela escrita por
Aguinaldo Silva e acabaram por engavetar o projeto cinematográfico. Em 1994, o
produtor norte americano Donald Ranvaud (o mais importante do momento segundo o
jornal Folha de São Paulo), concedeu entrevista ao jornal dizendo que só viu um
capítulo da novela e gostou bastante da atuação de Betty Faria, mas a história
seria diferente, atualizada para a era Collor.
Edição do livro após a novela EstanteVirtual |
A ideia de Betty, segundo dizia na época, era registrar todo
o elenco em película, o que seria muito prazeroso a todos, inclusive ao
público. Hoje, com tanta coisa menor sendo adaptada da TV para as telas do
cinema, pode parecer comum, mas na época não, fazer cinema no Brasil havia se
tornado um luxo.
Em 1970 a novela Beto Rockfeller ganhou uma versão em filme
com quase o mesmo elenco dirigido por Olivier Perroy, sendo que o maior
atrativo era assistir aos personagens em cores! Tieta nos cinemas com elenco da
novela teria, pelo menos, evitado as inevitáveis comparações por parte do público.
Em entrevista aocolunista Bruno Astuto em outubro deste ano (2016, vinte anos após a estreia do
filme), Betty Faria respondeu sobre a suposta rixa que teria com Sonia Braga. “Tivemos
contato há muitos anos, mas não somos amigas. Pelo contrário: ela não pediu
licença para ser Tieta no cinema, e isso foi péssimo. Eu fazia turnê na época
e, a cada cidade que chegava, as pessoas comentavam que odiavam, ficaram
indignadas.” respondeu a musa.
Muitos anos antes disso tudo, Sonia Braga ficou com o papel
de Julia Matos, protagonista originalmente escrita para Betty na novela Dancin
Days (1978 de Gilberto Braga). Ela havia terminado o relacionamento com o
diretor Daniel Filho preferindo estrelar o programa Brasil Pandeiro, musical
mensal nas noites de sexta-feira da Globo.
A presidiária Julia Matos se tornou um tremendo sucesso,
consagrando sua intérprete no país. Betty Faria sempre garantiu não ter
problema nenhum com isso, que cada personagem tem “seu endereço certo”.
Veja também:
Veja também:
Adoro o trabalho da Betty, mas fora de cena tem comportamento típico de gente recalcada.
ResponderExcluirUma das maiores burradas do cinema nacional foi não ter chamado Betty Faria para fazer a Tieta e Joana Fomm para fazer a impagável Perpétua Esteves Batista.Esse erro é imperdoável.
ResponderExcluirAmo Sônia Braga e Marília Pêra mas Tieta não é Tieta sem Betty Faria e Joana Fomm.
Sonia Braga não chegou nem no chule da Berry faria eterna tieta, o filme é péssimo atuação zero da protagonista.
ResponderExcluirTieta só existiu uma; Betty Faria.
ResponderExcluir